Agronegócio e os seus parceiros

Jorge Messias

«Entre as Nações Unidas, as ONGS cristãs continuam a ser a maioria, do que resulta que… mais de 70% da totalidade do financiamento final reverte para ONGS católicas, protestantes e de diversas denominações cristãs... As ONG muçulmanas preferem buscar apoio da Organização para a Cooperação Islâmica – OCI, que reúne 57 países do Islão e funciona paralelamente à ONU» (Simon J. Wadsworth, “Relatório ONG religiosas e as Nações Unidas», Janeiro de 2014).

«Agora, os especuladores compram matéria-prima (sobretudo alumínio e níquel) ao produtor. Seguidamente, transportam para armazéns esses materiais e lucram com a subida de preços que geraram com a sua estratégia. Actualmente, isso acontece sobretudo com metais. Mas é só questão de tempo e o mesmo verificar-se-á com o milho, o trigo ou o cacau… O número de famintos mundiais aumentou, em duas décadas, de 850 para 950 milhões de seres!» (Benjamin Luig e Dirk Muller, Igreja Misereor).

«Grupo dono do Pingo Doce está a estudar projecto agro-alimentar em território nacional. Até Setembro de 2013, as vendas totais da Jerónimo Martins subiram 11,5% e os lucros atingiram 8 mil e 700 milhões de euros... O Grupo pretende apoiar o seu negócio principal – o retalho – e proteger no futuro as suas fontes de abastecimento» (Ana Serafim, “Diário de Notícias”).

O agronegócio (agrobusiness, no original) é uma verdadeira varinha de condão do neocapitalismo. Produz alimentos que nunca existiram no mundo rural; alcança lucros fabulosos a partir da pura especulação; domina a Natureza e altera os climas; subsidia a fome e concentra as fortunas; destrói e reconstrói mercados; acredita ser capaz de, por si só, enganar os homens e dominar o mundo. Ou seja, com um investimento mínimo e à custa dos mais pobres, o grande capital monopolista conseguirá alcançar os seus máximos objectivos se souber fazer progredir o agronegócio. Assim pensam políticos e banqueiros.

É muito difícil procurar avançar nesta matéria ultra-reservada. Mas conhece-se nomes de grupos financeiros e de multinacionais multimilionárias altamente interessados em fazer avançar esta colossal intriga com capacidade para generalizar a fome e a miséria, entregar a terra a quem não produz e acabar por gerar uma terceira guerra mundial que arrastará inevitavelmente a destruição da vida e das civilizações.

Nada acontece por acaso e tanto o agronegócio como todas as grandes conspirações anti-socialistas são geridas pelo poder central do tão falado governo sombra mundial. Em tudo o que se vai revelando reconhece-se não só direcções de ataque e objectivos únicos mas, também, divisões claras de tarefas, estratégias adaptadas a cada caso nacional e constituição de núcleos de interesses esmagadores. Repetição moderna do que os velhos nazis procuraram fazer no plano imperialista e militar.

Organizações fabulosas dirigem estas operações. Alguns exemplos: o Banco Mundial, o Conselho do Comércio Internacional dos EUA, o FMI ou o Goldman Sacks, ditam ordens aos estados que irão constituir, futuramente, a Nova Ordem Mundial capitalista; são seus braços políticos a União Europeia, o Conselho das Relações Externas, o governo norte-americano e os monopólios mundiais organizados no chamado Grupo de Bilderberg; o ramo militar é constituído, de uma forma mais evidente, pela NATO e pelo Pentágono. O Vaticano atravessa transversalmente todo este esquema, participa nos seus fabulosos lucros políticos e financeiros e coordena a sua unidade de acção.

Quanto, em particular, ao agronegócio, ele é apenas uma das gordas fatias do grande bolo da Nova Ordem. Tal como, aliás, a Saúde, a Educação, a Segurança Social, a Filantropia, etc. Um plano organizado mundialmente onde aqueles em quem mais falamos (governos, troikas, religiões, economias) são simples capatazes dos verdadeiros grandes patrões.

Situação delicada para todo o povo mas que está longe de ser original na história do homem. Desde sempre que as conquista dos povos surgiram, afirmaram-se lutando, foram negadas pelos poderosos e viveram no fio da navalha até, finalmente, acabarem por se reafirmar.

Assim voltará agora a acontecer e tornará a suceder futuramente, enquanto grande parte dos homens aceitar ser escravo do obscurantismo e da submissão. O homem é o eixo da vida. É o proletário que deve reconstruir a cidade dos homens seus iguais. Produzir, distribuir riqueza, gerar a paz e extinguir a fome e a miséria em todo o mundo.

Um simples passo em frente e muito do que hoje injustamente acontece, mudará.

 



Mais artigos de: Argumentos

Professor praxado

Na sequência da tragédia da praia do Meco, a brutalidade de grande parte das praxes académicas tornou-se tema presente em todos os canais da televisão portuguesa, e ainda bem. Excelentes reportagens viajaram até ao passado verdadeiramente escandaloso dessas práticas, foram...

Todo o teatro de Alves Redol

Não advogo, naturalmente, uma cultura teatral do fechamento ou da pacóvia ignorância, xenófoba e redutora, face a dramaturgias oriundas de outros países, mas defendo, isso sim, um critério mais exigente, mais criterioso e informado dos produtos culturais, que não tenham...