Camboja

Tensão agrava-se

Três operários mortos, dois feridos e outros tantos presos é o resultado da repressão dos protestos de sexta-feira, 3, no Cambodja. Os números foram confirmados pelo subchefe da polícia de Phnom Penh que, em declarações citadas pela Lusa e pela Prensa Latina, defendeu a intervenção das autoridades argumentando que os manifestantes desacataram a ordem para desmobilizar, bloquearam estradas e preparavam-se para atacar fábricas.

No dia anterior, uma iniciativa semelhante realizada na área industrial da capital já havia sido dispersa com violência por forças especiais do exército, que detiveram 15 pessoas.

Desde o passado dia 25 de Dezembro que os trabalhadores dos têxteis e calçado lutam pela duplicação do salário mínimo. Governo e representantes sindicais não chegaram a acordo, com o executivo a propor uma valorização de 58,6 para 69,6 euros e os sindicatos a manterem a exigência de um mínimo de 117,2 euros por mês.

A associação patronal recusa o apelo do governo para participar nas negociações e, segundo a EFE, insta-o a fazer cumprir a lei e a garantir a segurança.

A greve fez-se sentir em 85 por cento das cerca de 500 unidades do país, a maioria situadas nos arredores de Phnom Penh. Entretanto, um porta-voz do Ministério do Trabalho informou que cerca de 80 por cento dos operários já haviam retomado a laboração.

Cerca de meio milhão de cambojanos trabalham na confecção de roupa e calçado, sector que representa 95 por cento das exportações do país e cujo volume de negócios nos primeiros 11 meses de 2013 ultrapassou os 3,5 mil milhões de euros.

Paralelamente, o opositor Partido de Salvação Nacional aproveita o conflito para recuar nas negociações com o Partido Popular do Cambodja, no poder. Para o PPC, o diálogo deve cingir-se à reforma da lei eleitoral, único ponto da agenda desde o início, mas o PSN pretende alargar o debate e tem vindo a reunir milhares de apoiantes em acções de contestação.

O PPC venceu as eleições de Julho, mas o PSN acusa-o de fraude eleitoral, tendo optado por não assumir os 55 lugares conquistados no parlamento.




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