A Hora das Gaivotas
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As palavras do poeta Joaquim Namorado, que dão o título a esta peça, adaptadas pelo maestro Fernando Lopes-Graça para umas das suas «Canções Heróicas», resumem como nenhumas outras o que se evocou nos passados dias 3 e 4 em Peniche: a coragem e a determinação em prosseguir a luta revolucionária quaisquer que sejam as condições, os obstáculos e os perigos. Foi precisamente isso que fizeram os dez dirigentes e quadros do PCP que, a 3 de Janeiro de 1960, protagonizaram uma das mais espectaculares e importantes fugas das prisões fascistas portuguesas. Fugiram, sim, para a primeira linha do combate pelo derrube do fascismo, pela democracia e pela liberdade; fizeram-no quando tudo parecia perdido. E no entanto, Abril aconteceu. Porque eles fugiram. Porque eles, e muitos outros, lutaram, persistiram e resistiram.
Os tempos mudaram, é certo, mas também hoje (e como um dia escreveu Bertold Brecht) os «tiranos fazem planos para dez mil anos» e repetem à exaustão que assim é e sempre assim será, que não há alternativa à exploração, ao desemprego, ao empobrecimento, à emigração. E uma vez mais os comunistas estão na vanguarda da luta popular, organizando, estimulando e mobilizando para que os valores de Abril estejam presentes no futuro de Portugal.
Nas páginas seguintes dá-se conta do que se passou em Peniche no passado fim-de-semana: a inauguração de uma exposição, da responsabilidade do município e da URAP, que ficará patente no Forte durante um ano; a recriação da fuga que teve lugar precisamente 54 anos antes; e o grande comício do PCP que encerrou a celebração do centenário do nascimento de Álvaro Cunhal e abriu as comemorações dos 40 anos da Revolução de Abril.
As comemorações do centenário do nascimento de Álvaro Cunhal terminaram no sábado, com «chave de ouro», num grande comício realizado em Peniche, que juntou militantes e simpatizantes do PCP de todo o País. Esta marcante iniciativa assinalou igualmente, no plano partidário, o arranque das comemorações dos 40 anos da Revolução de Abril, à qual Álvaro Cunhal, o Partido Comunista Português e a própria fuga de Peniche estão intimamente ligados.
Na sexta-feira, às sete horas da tarde – ou seja, exactamente 54 anos depois – recriou-se aquela que foi uma das mais espectaculares e importantes evasões das prisões fascistas: a fuga de Peniche de 3 de Janeiro de 1960.
O Forte de Peniche acolhe, desde o passado dia 3, e até ao início de 2015, uma exposição dedicada à prisão política do fascismo, à resistência aí travada e às fugas realizadas. A mostra resulta de uma parceria entre o município e a URAP.