PCP reage a «mensagem de Natal»

Governo cínico e hipócrita

O PCP reagiu, no dia de Natal, à mensagem do primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, acusando-o de hipocrisia e de cinismo.

Cavaco Silva é um dos principais responsáveis pela situação do País

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Para Pedro Guerreiro, do Secretariado do Comité Central, a quem coube comentar a mensagem de Natal do primeiro-ministro, as declarações proferidas pelo chefe do Governo revelam que este – como os restantes membros do executivo – tenciona «continuar a mentir e a enganar os portugueses». Para o dirigente do PCP, ao mesmo tempo que Passos Coelho acena com os «tempos melhores que virão», continua a adoptar medidas que «pioram cada vez mais a vida dos trabalhadores, dos jovens, dos reformados, de todos aqueles que fazem parte de uma imensa maioria que sofre». Tudo isto para «garantir os lucros fabulosos da banca, da especulação e dos grandes grupos económicos nacionais e estrangeiros.

Pedro Guerreiro considerou ainda que a política do Governo e da troika está à margem da lei e da Constituição, como é particularmente evidente nos diversos orçamentos do Estado consecutivamente marcados pela inconstitucionalidade. Segundo o PCP, é esta política a principal responsável pelo aumento do desemprego, pelo empobrecimento generalizado da população, pela emigração que atinge cada vez mais portugueses, pelo corte de salários, de reformas e pensões, representando, assim, um «autêntico saque às famílias e às pequenas e médias empresas».

Aos milhares e milhares que «não se conformam», Pedro Guerreiro deixou uma mensagem de confiança, lembrando que está nas mãos dos trabalhadores e do povo a conquista de um futuro melhor, só possível pela derrota deste Governo e pela convocação de eleições antecipadas, passos essenciais para a ruptura necessária à construção de uma política alternativa, patriótica e de esquerda.

Instado igualmente a comentar o facto de o Presidente da República não ter solicitado, ao Tribunal Constitucional, a fiscalização preventiva do Orçamento do Estado, Pedro Guerreiro considerou que tal revela uma vez mais a «profunda cumplicidade» de Cavaco Silva com o rumo de «empobrecimento e ruína» que o Governo e a troika estão a impor ao País e ao povo. Para o PCP, sublinhou o membro do Secretariado, esta cumplicidade torna o Presidente da República num dos principais responsáveis pela actual situação do País.

O dirigente comunista salientou ainda que face às medidas que estão inscritas no Orçamento do Estado para 2014 e a decisões anteriores assumidas pelo Tribunal Constitucional, Cavaco Silva tinha o dever de solicitar a fiscalização preventiva do OE. Era, aliás, o mínimo que se exigiria do chefe de Estado, concluiu Pedro Guerreiro. 



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