A luta continua!
Grande parte das lutas de trabalhadores que ocorreram em 2013 vai ter continuação no novo ano. É que, ao contrário do que repetem governantes e comentadores do sistema, não vai haver «inversão do ciclo» enquanto não mudar o Governo e a política que ele executa e cujas consequências vão continuar a manchar o dia-a-dia e as perspectivas de futuro da esmagadora maioria dos portugueses.
Este alerta foi dado na última grande acção da CGTP-IN, a 19 de Dezembro, frente ao Palácio de Belém.
Se o Orçamento do Estado para 2014 não for vetado e a política de «austeridade» não for interrompida, continuará o «ciclo» de transferência de riqueza para o grande capital. No OE 2014 está previsto duplicar o pagamento pelas ruinosas parcerias público-privadas, enquanto as remunerações dos trabalhadores são de novo cortadas. Os grandes accionistas do Santander e do BCP vão beneficiar dos milhões que serão pagos pelo Estado, à conta dos vergonhosos contratos SWAP, enquanto os trabalhadores da administração central, local e das empresas públicas têm pela frente a ameaça de mais desemprego. Os grandes accionistas da PT, da EDP, da GALP e do sector financeiro vão ganhar com a redução do IRC, enquanto os trabalhadores e os reformados continuarão a ser esmagados com o IRS e as micro e pequenas empresas verão os seus problemas agravados, com a redução do poder de compra da população e com a subida dos juros e dos custos de electricidade, comunicações, matérias-primas.
Como ali se referiu, na Resolução e na intervenção do Secretário-geral da Intersindical, não haverá fim de ciclo, enquanto não forem travadas e invertidas as políticas do famigerado acordo para o crescimento, competitividade e emprego, que só trouxe recessão, falências e desemprego. Não haverá fim de ciclo, enquanto o ataque às funções sociais do Estado, a redução dos salários e a facilitação dos despedimentos forem os principais objectivos da política do Governo. Nem por esta via nem com o aprofundamento da destruição da Administração Pública, com as privatizações e a negação da contratação colectiva que se vão resolver os problemas do País!
As lutas de trabalhadores vão passar o ano. Em 2014 vamos voltar a dar notícias de muitas das empresas e sectores que se fizeram ouvir no ano que hoje termina.
No dia 7 de Janeiro, reúne-se o Conselho Nacional da CGTP-IN, para analisar a situação e decidir formas de luta, a levar a cabo no início do ano. A central já adiantou que vai dar grande destaque à comemoração dos 40 anos do 25 de Abril e do 1.º de Maio em liberdade, mas também à exigência de melhoria dos salários e aumento do salário mínimo nacional. E afirmou, na vigília de 19 de Dezembro, um objectivo fundamental da acção dos trabalhadores e do movimento sindical unitário nos próximos tempos: «não dar tréguas, na luta pela defesa e melhoria das condições de trabalho, pela demissão do Governo e a convocação de eleições antecipadas, pela afirmação e cumprimento da Constituição da República e a defesa do regime democrático».