Após uma visita de cinco dias à Ilha do Pico, Aníbal Pires, coordenador regional do PCP nos Açores, defendeu, sexta-feira, um reforço das ligações aéreas entre o Pico e Lisboa.

«O desenvolvimento do turismo no Pico exige que, no âmbito da revisão das obrigações de serviço público de transporte aéreo, seja contemplada a existência de mais um voo directo semanal entre o Pico e Lisboa», salientou, em declarações aos jornalistas, o dirigente comunista, considerando que «não é aceitável» que este processo de negociação entre os governos Regional e da República seja aproveitado para «favorecer ainda mais outras ilhas», «desviando fluxos turísticos para outras paragens».

Em relação aos transportes marítimos, referiu que a entrada ao serviço do novo barco da Trasmaçor, a empresa pública que assegura as ligações no chamado grupo central, «não pode servir de argumento para reduzir a frequência das ligações com as ilhas do Faial e de São Jorge», nem tão pouco para «aumentar os preços» das tarifas de passageiros.

Aníbal Pires, que visitou as obras que estão a decorrer no porto comercial de São Roque, lembrou as promessas feitas pelo Governo dos Açores, mas nunca concretizadas, de construção de um porto de recreio e da reabilitação da frente marítima da vila, e manifestou preocupação com a operacionalidade do interior do Porto da Madalena, onde estão a decorrer obras de construção de um novo terminal de passageiros e cais acostável para ferries.

«Reconhecendo a utilidade do novo terminal de passageiros neste Porto, é questionável se este equipamento, pela sua localização e volumetria, não se irá constituir objectivamente como uma barreira no acesso ao mar», advertiu.

Além dos transportes, o dirigente comunista manifestou também preocupações com o estado de muitas empresas privadas que, em seu entender, estão a passar dificuldades devido à perda de poder de compra dos açorianos.

«Esta é a realidade que o Governo Regional se recusa a enfrentar, procurando disfarçar a sua política de favorecimento dos grandes grupos económicos através de uma intensa propaganda e de “generosos” aumentos de um euro por mês, como no caso do complemento regional de pensão», apontou.

Durante cinco dias, Aníbal Pires visitou várias obras públicas e empresas do sector privado e reuniu com empresários e autarcas da Ilha, excepto com o presidente da Câmara das Lajes do Pico, que durante esse período nunca se mostrou disponível para receber o responsável do PCP.