Intervenção de Cristina Cardoso, da JCP

Transformar o sonho em vida

 

A JCP e os seus militantes estão de parabéns! A 10 de Novembro de 1979, no encontro de unificação da UJC-UEC, Álvaro Cunhal afirmou: «Do coração, desejamos que a Juventude Comunista, com os pés assentes na terra, tenha a capacidade para sonhar e força e determinação para transformar o sonho em vida.» Hoje, afirmamos que os jovens comunistas cá estão, sempre empenhados na luta por uma sociedade mais justa, sem exploração do homem pelo homem. Levamos Abril às escolas, aos locais de trabalho, agitamos, mobilizamos, somos a vanguarda da luta da juventude portuguesa, a sua organização revolucionária.

A luta da juventude cresce e avança. Saudamos os milhares de jovens que, enfrentando o momento mais negro do nosso País desde o 25 de Abril, lutam e resistem todos os dias nas escolas, nos locais de trabalho e nas ruas. A juventude portuguesa tem o seu presente e futuro hipotecados. Os sucessivos governos e a troika estrangeira querem arrastar os jovens para o obscurantismo, tirando-lhes o direito ao conhecimento; para a fome e miséria, destruindo o acesso ao emprego, aos salários dignos e o direito a uma vida digna.

Ao contrário do se diz, a juventude portuguesa tem dado resposta aos ataques que tem sofrido. Em várias acções de luta desde o início do ano lectivo e, em particular, no passado dia 30 de Outubro, nas escolas secundárias, nas instituições do Ensino Superior e dará resposta na manifestação dos estudantes do Ensino Superior no próximo dia 19 de Novembro, convocada por várias associações de estudantes. Tem dado resposta nas várias acções da Interjovem e da CGTP-IN, com grande expressão nas manifestações de 19 de Outubro. Milhares e milhares de jovens têm tomado nas suas mãos os destinos da sua vida.

«Inteligência que sabe, coração que sente»

Estamos a comemorar o centenário do nascimento de Álvaro Cunhal. Homenageamos o homem, o intelectual, o artista, o revolucionário. Homenageamos a sua luta, que é a de todos nós, e o seu Partido indissociável de quem foi.

Com apenas 17 anos, Álvaro Cunhal aderiu ao Partido. Como jovem, sempre contribuiu para o desenvolvimento da luta da juventude contra o fascismo e pela liberdade. Tornou-se comunista e nunca acabou de o ser.

Sempre com uma confiança inabalável na juventude, afirmou: «O PCP considera que a juventude tem em si não só já hoje capacidade e força para intervir e lutar, como tem em si a reflexão que é profunda, a experiência que ganha, sentimentos sérios com que vibra, inteligência que sabe, coração que sente e potencialidades de afirmação e de luta que a definem como grande força social da actualidade e que nos leva a nós comunistas a confiar na juventude.»

Saudamos o Partido Comunista Português, pelo seu exemplo, pelo seu colectivo partidário, pela sua força e coerente acção e intervenção. O Partido que defende os direitos e aspirações da juventude e do povo português. O Partido que, sem paternalismos, põe nas mãos da juventude a luta pelo seu destino. O Partido da juventude.

É tarefa da JCP organizar a juventude, mobilizá-la, ganhá-la para a acção, para a luta e intervenção, também com a criatividade e alegria da juventude se fará o caminho para a alternativa. Em cada realidade se constrói a luta pelo concreto, a fim de se resolver os problemas mais imediatos da juventude. Problemas que não estão desligados das opções políticas de direita e que, ao travarem essas batalhas, os jovens ganham consciência e tomam partido pela luta em defesa das conquistas de Abril.

Como Álvaro Cunhal afirmou: «A JCP não é o Partido Comunista dos jovens. Se essa fosse a finalidade da organização da JCP então podia dizer-se que a JCP não seria necessária. Bastaria recrutar jovens para o Partido ou, quando muito, criar à parte uma organização dos jovens membros do Partido. Não sendo um Partido Comunista dos jovens, a JCP tem de necessariamente ser diferente do Partido. No seu programa, nos seus princípios orgânicos, nos critérios de admissão e recrutamento, no seu funcionamento, no seu estilo de trabalho, nas formas da sua ligação com as massas. O Partido oferece à Juventude Comunista experiências riquíssimas, com as quais a Juventude Comunista tem aprendido e deve necessariamente continuar a aprender.» Todos nos formamos com este contributo de Álvaro Cunhal.

Não fiquem à espera!

Ao longo deste ano, a JCP tem levado à juventude as comemorações do centenário de Álvaro Cunhal. 16 jovens bandas responderam ao nosso apelo e fizeram a sua música sob o mote «Nas nossas mãos os destinos da nossa vida», editadas em CD. Realizámos dezenas de iniciativas e de acções em torno da afirmação do «Exemplo que se projecta na actualidade e no futuro». Milhares de estudantes do Ensino Secundário, Ensino Superior e jovens trabalhadores tiveram já contacto com a campanha da JCP de apelo à juventude para tomar partido. Realizámos ontem um grande concerto de aniversário da JCP, também enquadrado nas comemorações do centenário.

Em Abril de 2014, realizar-se-á o 10.º Congresso da JCP. «Avante por Abril: Organizar, Lutar e Transformar!» é o nosso lema. Reforçar a organização e reforçar a luta da juventude pelos direitos de Abril é a nossa tarefa. Estamos a construir um congresso ligado à vida, à luta da juventude.

Em tempos de mentiras, ofensiva ideológica, de branqueamento da História, levemos Abril para a rua. O dia em que a juventude e o povo português tiver plena consciência de que Abril se construiu e que Abril se pode ter, com a sua força, Abril será cumprido.

Vamos à luta. Reafirmamos à juventude portuguesa que contem com este Partido e com a JCP! Cá estaremos sempre a defender os seus direitos e aspirações, para derrotar o pacto de agressão, este Governo, a troika e as políticas de direita.

Aos jovens portuguesas: venham, não fiquem à espera, tomem nas vossas mãos os vossos destinos, juntem-se a nós!



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