EUA
O Comité para a Protecção dos Jornalistas acusa o governo norte-americano de falta de transparência e de perseguição às fontes de informação. Num relatório elaborado por Leonard Downie Jr., ex-editor executivo do Washington Post e um dos envolvidos na investigação ao escândalo do Watergate, afirma-se que o actual executivo exerce o mais agressivo controlo da informação «desde a administração Richard Nixon».
Para Downie, o medo verificado entre «dirigentes e funcionários» avolumou-se depois de seis funcionários e dois consultores terem sido processados ao abrigo de uma lei de espionagem, datada de 1917, invocada somente três vezes nos últimos 90 anos.
A actual administração é «a mais fechada e obcecada (…) que alguma vez cobri», considera o veterano correspondente do New York Times, David Sanger, um dos 30 profissionais entrevistados no documento citado pela Lusa.
«Não há acesso às questões diárias da presidência, como por exemplo com quem se reúne o presidente e quem o assessora», denuncia, por seu lado, Ann Compton, correspondente da ABC na Casa Branca desde a presidência de Gerard Ford.
«Preocupa-me ter de telefonar a alguém, porque esse contacto pode ser descoberto através de um controlo dos registos telefónicos ou dos e-mails», disse, segundo a Lusa, Jeffrey Smith, outro dos jornalistas ouvidos por Downie.