Organizações analisam resultados

Vitória da coerência e da verdade

Na sequência da expressiva vitória eleitoral do passado dia 29, as organizações do PCP aos mais diversos níveis estão a analisar os resultados alcançados pela CDU.

De Norte a Sul, a CDU reforça as suas posições no Poder Local

O Secretariado da Direcção da Organização Regional do Algarve do PCP (DORAL) releva a «assinalável progressão» da expressão eleitoral da Coligação face a 2009, expressa numa subida de 71 por cento no número de votos obtidos para as câmaras municipais (passando de um para oito vereadores eleitos em seis concelhos), em cerca de 22 mil votos obtidos para as assembleias municipais (passando de 18 para 34 mandatos) e na obtenção de 66 mandatos para as assembleias de freguesia, face aos 41 obtidos há quatro anos. De salientar ainda que, para além de ter sido a única força na região a aumentar a votação – em percentagem, em votos e em número de mandatos (de 60 para 108) –, a CDU não só manteve a presidência das juntas de freguesia de Santa Bárabara de Nexe, São Bartolomeu de Messines e Silves, como recuperou vereadores nas câmaras de Vila Real de Santo António, Olhão, Faro, Portimão e Lagos e reconquistou, 16 anos depois, a presidência da Câmara de Silves.

Também a Comissão Distrital da Direcção da Organização Regional de Lisboa do PCP (DORL) emitiu um comunicado, no dia 3, em que destaca o aumento de votos, percentagem e mandatos por parte da CDU. Neste distrito, a Coligação foi igualmente a única força política a crescer em número de votos (mais 11 600) em comparação com 2009. Já PS, PSD e CDS perderam, respectivamente, 73, 116 e 27 mil votos. Este reforço da CDU expressou-se, nomeadamente, na consolidação da maioria em Sobral de Monte Agraço e na conquista da presidência do município de Loures; na eleição de mais mandatos municipais e mais presidências de juntas de freguesia em Vila Franca de Xira; na eleição de um vereador em Mafra; na reconquista de um vereador em Torres Novas; na eleição de mais um vereador em Odivelas (passando de dois para três) e Lisboa (passando de um para dois); e num substancial avanço eleitoral na Azambuja.

Em conferência de imprensa, no dia 4, os responsáveis da CDU em Odivelas valorizaram, por seu turno, a eleição de mais dois elementos para a Assembleia Municipal, passando de 7 para 9. A vitória da CDU na freguesia de Ramada/Caneças é apontada como uma importante vitória.

Mais votos, mais eleitos

No distrito de Coimbra, a Direcção da Organização Regional do PCP também fez um primeiro balanço dos resultados, registando o aumento do número de votos e de eleitos da CDU. Os 15 970 votos alcançados para as câmaras municipais representam mais 2527 do que em 2009. No que respeita aos mandatos, a Coligação elegeu vereadores nas câmaras de Coimbra, Montemor-O-Velho e Soure (um em cada, ou seja mais dois do que em 2009), 20 elementos para as assembleias municipais (mais oito) e 115 eleitos para as assembleias de freguesia, mais 106 do que no anterior mandato (apesar da redução do número de freguesias).

Quanto às assembleias municipais, a CDU elegeu – pela primeira vez em muitos anos – um representante em Arganil e dois em Miranda do Corvo, recuperou o eleito na Lousã e o segundo em Condeixa-a-Nova, passou de um para dois eleitos em Montemor-o-Velho, de um para três na Figueira da Foz e aumentou de quatro para cinco o número de eleitos em Coimbra. Mantém ainda os dois eleitos na Assembleia Municipal de Soure e um eleito em Penacova. A CDU alcançou a maioria nas freguesias de Meruge (Oliveira do Hospital), Cernache, S. João do Campo e União das Freguesias de Taveiro, Ameal e Arzila (todas em Coimbra).

No Porto, a Direcção da Organização Regional do PCP, em comunicado de dia 7, frisa que a CDU é a única força política que no distrito cresce em número de votos (mais 6500) e em número de eleitos. Nas câmaras elege mais quatro vereadores; nas assembleias municipais obtém mais 6845 votos, passando de 19 para 30 eleitos; nas assembleias de Freguesia tem mais 9600 votos, passando de 77 para 102 mandatos. A eleição de cinco vereadores, mais 11 membros de assembleias municipais e mais 25 membros de assembleias de freguesia traduz um claro reconhecimento da intervenção da CDU. De registar ainda a eleição de vereadores em cinco concelhos da área metropolitana do Porto (Porto, Matosinhos, Gondomar, Valongo e Maia), a recuperação de representação municipal na Trofa e as vitórias alcançadas na Junta de Freguesia de Parada de Todeia e na União de Freguesias de Fânzeres e São Pedro da Cova. Segundo a DORP, a não eleição de um vereador em Vila Nova de Gaia (num contexto de aumento da percentagem de votos da CDU no concelho), não esconde o reforço alcançado na Assembleia Municipal (mais um mandato) e o muito significativo aumento da votação e mandatos nas assembleias de Freguesia em quase todo o concelho. Também a perda dos eleitos municipais em Amarante e Lousada (por via da diminuição do número de membros das respectivas assembleias) e a não conquista da União de Freguesias da Livração (apesar do aumento do número de votos) não coloca em causa a importância do resultado obtido no distrito ou em cada um destes concelhos.

No distrito de Aveiro, a comissão Coordenadora do Concelho de Santa Maria da Feira da CDU, em comunicado de 4 de Outubro, salienta o importante crescimento da votação na CDU (só para a Câmara Municipal, em relação às eleições de 2009, a CDU ganhou mais 48% de votos), o que eleva a sua posição relativa para 3.º lugar (em 2009 ocupava o 5.º lugar)


CDU na Península de Setúbal
A maior força autárquica da região
 

A Direcção da Organização Regional de Setúbal do PCP, na sua reunião de 2 de Outubro, considerou os resultados das eleições de dia 29 uma «vitória eleitoral de grande significado». Na Península, esta traduziu-se numa «maior expressão eleitoral e no aumento do número de mandatos obtidos em órgãos municipais, atingindo assim os principais objectivos com que a CDU se apresentou nesta importante batalha».

A CDU alcançou 41,8 por cento dos votos para as Câmaras Municipais, manteve a maioria nos oito concelhos já geridos pela CDU, sendo que em Almada reconquistou a maioria absoluta perdida há quatro anos, e aumentou consideravelmente a votação no Montijo, onde ficou a uns escassos 426 votos de ganhar a Câmara. Das 37 freguesias e uniões de freguesia actualmente existentes, a CDU conquistou a maioria em 30, tendo sido a força mais votada em freguesias que no mandato anterior eram dirigidas pelo PS.

Garantindo que os 425 eleitos da CDU na região «exercerão o seu mandato com trabalho, honestidade e competência, na continuidade dos mandatos anteriores», a DORS do PCP valoriza ainda o facto de a Coligação ser a «maior força autárquica na Península e no distrito de Setúbal», com a conquista de Alcácer do Sal e Grândola, e de se manter como a força política com mais presidências de câmara na Área Metropolitana de Lisboa, posição reforçada com a vitória em Loures.

Já os Organismos Executivos da Comissão Concelhia de Setúbal do PCP, numa análise aos resultados do concelho, valorizam o facto de – não obstante a abstenção, que rondou os 61 por cento, ter retirado votos a todas as forças políticas – a CDU ter sido a força que melhor resultado obteve, com um aumento percentual da sua votação de 3,1 por cento, enquanto o PS perdeu 3,4 por cento e PSD o CDS coligados perderam 7,4 por cento. Sublinhando a importância do resultado alcançado na União de Freguesias de Setúbal que resultou da extinção das freguesias da Anunciada (CDU), Santa Maria (PS) e São Julião (PS), na análise faz-se notar que a vitória eleitoral da CDU na Freguesia deixou o PS sem qualquer presidência de Junta de Freguesia em Setúbal, o que constitui para a CDU uma oportunidade de imprimir uma nova dinâmica ao trabalho autárquico nesta união de freguesias. A este resultado acresce as vitórias eleitorais da CDU nas Freguesias de S. Sebastião, Sado e Gâmbia, Pontes e Alto da Guerra, onde os eleitos da CDU têm agora novas e acrescidas responsabilidades. Em termos globais, a CDU detém a maioria absoluta na Câmara (seis mandatos em onze) e na Assembleia Municipal (15 eleitos, a que se juntam mais quatro presidentes de Junta), e conta com 35 dos 71 mandatos atribuídos nas Juntas de Freguesia.

 



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