Snowden procura asilo
O ex-agente da CIA e consultor da Agência Nacional de Segurança, Eduard Snowden, responsável pela divulgação de um programa de vigilância das comunicações operado secretamente pelos EUA, pediu asilo político ao Equador. A solicitação está a ser analisada pelas autoridades de Quito à luz da «liberdade de expressão e da segurança dos cidadãos em todo o mundo», informou o ministro dos Negócios Estrangeiros equatoriano, Ricardo Patiño.
Snowden chegou a Moscovo no domingo procedente de Hong Kong, supostamente auxiliado por membros do portal WikiLeaks, que lhe terão disponibilizado acompanhamento diplomático e legal. Os EUA entregaram à região administrativa especial um pedido de extradição do jovem de 29 anos, acusado formalmente de espionagem por Washington, mas as autoridades chinesas não deram seguimento à exigência argumentando que a documentação enviada se encontrava incompleta.
Posteriormente, os EUA dizem ter endereçado à Rússia igual pedido de extradição, mas o Kremlin considera que «Snowden não cometeu nenhuma ilegalidade no território da Rússia» e informou que «as autoridades judiciais não receberam ainda qualquer pedido, por isso não há razões para a extradição».
Neste contexto de «falta de cooperação», como o qualifica a Casa Branca, os norte-americanos multiplicaram as ameaças, sustentando o direito de fazer aterrar o avião que, alegadamente, transportará Snowden de Moscovo para Quito, com escala em Havana.
Antes de parir de Hong Kong, o antigo espião largou ainda outras duas «bombas». Ao The Guardian, garantiu ter provas de um programa de vigilância semelhante ao norte-americano operado pela Grã-Bretanha, e ao South China Morning Star declarou que os EUA estão a piratear milhões de mensagens de texto enviadas por cidadãos chineses.
Pequim comentou as revelações acusando os EUA de serem «o maior vilão do mundo» no que a ataques informáticos e espionagem das comunicações diz respeito.