O trabalho saiu à rua
O Dia do Trabalhador foi uma jornada contra o aumento da exploração e outros retrocessos que o capital pretende impor a pretexto da crise do sistema, e de defesa das liberdades democráticas e do progresso.
Os trabalhadores rejeitaram massivamente a «austeridade»
Em Espanha os trabalhadores mobilizaram-se em mais de 80 cidades. Na Grécia, a greve geral respondeu ao governo que tentou suprimir o Dia do Trabalhador deslocando-o para a Páscoa ortodoxa. Desemprego e degradação da legislação laboral, empobrecimento e miséria, confisco fiscal e roubo nos salários e pensões, cortes nas funções sociais do Estado e serviços públicos aplicados a par da facilitação dos lucros dos grandes grupos económicos e financeiros privados, foram os temas centrais, questões de fundo também na ordem do dia em Itália, França (300 concentrações e marchas), no Chipre, na Grã-Bretanha, na Bélgica, Moldávia ou Bulgária.
Na Ucrânia e Rússia, os comunistas e os seus aliados promoveram as concentrações de classe, o mesmo sucedendo em Israel e no Líbano, enquanto que na Turquia sobressaiu a resistência à repressão. O regime bloqueou os acessos a Istambul, mas não impediu que milhares tentassem chegar à Praça Taksim.
Na Tunísia a UGTT aproveitou a ocasião para lembrar o assassinato do líder progressista Chukri Bel Aid, atentado às liberdades democráticas que estiveram, igualmente, em destaque nas marchas em Bagdad e no Egipto.
Na Ásia, a recente tragédia no sector têxtil colocou as atenções no Bangladesh, mas a exigência de melhores condições de trabalho e direitos, bem como de aumentos salariais, foi comum aos protestos ocorridos na Indonésia, Índia, Nepal, Sri Lanka, Filipinas, Tailândia, Japão, Paquistão ou Coreia do Sul.
Nos EUA, a exigência de uma reforma migratória ouviu-se de Nova Iorque à Califórnia, ao passo que na Colômbia, no Chile, no Uruguai ou no Brasil, o combate à precariedade e uma mais justa repartição da riqueza produzida estiveram em destaque.
Em Cuba, as multidões que desfilaram em várias cidades solidarizaram-se com os povos flagelados pela crise e reiteram a disposição de aprofundar a revolução, sentido idêntico ao de milhares de equatorianos e venezuelanos que se manifestaram determinados a defender os processos transformadores em curso nos seus países. Na Venezuela, o presidente Nicolás Maduro assinou a norma que implementa a nova Lei Orgânica do Trabalho, de amplos direitos, promulgada, há um ano, por Hugo Chávez.