Operários romenos ameaçados com deslocalização

Chantagem na Dacia

A administração da Dacia, do grupo Renault, ameaça os operários romenos de transferir para Marrocos parte da produção caso prossigam a sua luta por aumentos salariais.

Grupo qualifica exigências salariais de irrealistas

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Os operários lutam por um aumento salarial de 113 euros (500 lei) por mês, ao que a administração respondeu com uma proposta que representa um quarto daquele montante, mostrando-se disposta a levar a produção para outro país caso os trabalhadores não aceitem as suas condições.

No dia 21 de Março, os operários da fábrica de Mioveni, no Sul da Roménia, cumpriram uma greve de 36 horas por reivindicações salariais, e discutem agora a possibilidade de novas paralisações.

Todavia, a administração não demonstra nenhum tipo de abertura para dialogar. Pelo contrário, no dia 10, veio a público declarar que «caso seja necessário transferiremos parte da nossa produção para outra unidade em Marrocos, uma vez que não podemos fazer face ao aumento dos custos na Roménia. As exigências dos trabalhadores são irrealistas», declarou Constantin Stroe, vice-presidente da Dacia.

O responsável acrescentou que em Marrocos um trabalhador ganha cerca de metade do salário de um operário romeno.

Segundo a imprensa internacional, o salário médio na Dacia é de 800 euros mensais brutos, o que representa um valor 60 por cento superior ao de há cinco anos, e bem acima da média nacional que se fica pelos 450 euros.

Por outro lado, desde que a Renault comprou a marca em 1998, a produção de veículos tem vindo sempre a aumentar, tal como os ritmos de trabalho e índices de produtividade.

Com cerca de oito mil trabalhadores, a fábrica de Mioveni produz diariamente 1400 veículos, sendo que cada operário dispõe de apenas 40 segundos por unidade.

Em 2012, a Dacia aumentou as vendas em 4,8 por cento, para um total de 360 mil unidades, das quais apenas seis por cento se destinaram ao mercado interno.

A França é o maior mercado da marca (23%), seguindo-se a Alemanha (13%), a Argélia, Turquia e Itália com percentagens de vendas inferiores.



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