Nacionalização da banca
A assinalar os 38 anos da nacionalização da banca e dos seguros, o Sindicato dos Trabalhadores da Actividade Financeira evocou também as três décadas decorridas desde a reabertura à iniciativa privada.
Para o Sintaf/CGTP-IN, «a nacionalização da banca volta a ser um imperativo nacional e patriótico». O sindicato recusa intervenções do Estado, como as já ocorridas, «para “salvar bancos da falência”, mas utilizando mecanismos de “nacionalizações” e injecções de capital, em que o Estado e os povos arcam com os prejuízos e alimentam o lucro insaciável e os interesses ilegítimos do grande capital nacional e estrangeiro, que hoje domina os bancos portugueses». «O poder político tem que se sobrepor ao poder económico, para assegurar uma banca ao serviço do País», pois «só dessa forma é possível praticar uma política de crédito que leve em conta o nível de endividamento das famílias e das empresas e que promova o crescimento e o aumento da riqueza nacional».
Na nota que divulgou a 14 de Março, o Sintaf recorda que os trabalhadores bancários «contribuíram para a nacionalização da banca» e «obtiveram nesse período importantes conquistas sociais, dos salários aos SAMS, do crédito às carreiras profissionais, entre muitas outras», mas «assistiram depois, com a privatização e a intervenção conjugada dos grupos financeiros e dos sindicatos da UGT no sector, à deterioração das suas condições de trabalho e à perda de muitas dessas conquistas».
Exige-se hoje dos bancários «uma resposta, só possível com sindicatos que promovam um sindicalismo de classe, capaz de conseguir a unidade na acção, condição fundamental para inverter a grave situação que se vive na banca e no sector financeiro, de uma forma geral, e de ajudar o País a reatar o caminho do progresso, reatando as tradições de luta que fizeram frente ao fascismo e muito contribuíram para o avanço do processo revolucionário após o 25 de Abril de 1974».
O Sintaf, «retomando as tradições dessa luta patriótica e assumindo esse sindicalismo de classe», «exorta os bancários a prosseguirem ao seu lado, nesse caminho de dignidade e luta».