O coro dos«remodeladores»
Como o PCP previu e preveniu, no quadro do aprofundamento da crise capitalista, o resultado destes muitos anos de contra revolução e de ditadura do capital financeiro, da UE e do Euro, é uma situação catastrófica. A sétima avaliação da troika veio apenas comprovar o que era evidente – que esta política serve os grandes senhores do dinheiro e não resolve coisa nenhuma, nem o défice, nem a dívida; que o saque do país, dos trabalhadores e do povo é o objectivo real do pacto de agressão, anti-patriótico e anti-popular; e que este é um rumo sem saída de desastre e declínio nacional.
Mesmo assim, ou por isso mesmo, decidiram novas medidas de continuidade do roubo. Mas o povo luta e resiste e a realidade revolta-se. A CRP causa dificuldades ao esbulho do OE, logo o Governo fora da lei dispara contra o Tribunal Constitucional. Mas escasseiam os argumentos e falham-lhe forças, até o PS se vê obrigado (contra gosto) a uma “moção de censura”. A situação está cada vez mais insustentável para este governo e até a política de direita começa a correr riscos.
Perante o fracasso, o agravamento das dificuldades e contradições internas e a degradação da base social e política de apoio ao governo – que resultam do embate persistente da luta popular de massas (por mais que a escondam), a putativa remodelação torna-se a “banha da cobra” da salvação do Pacto.
E eis que todos os “troikistas”, uns às claras, outros nem por isso, pedem a mirífica remodelação do governo, para resolver a “desorientação” e a “incompetência”, que assim se revelam o que sempre foram - bodes expiatórios, isto é, ministros descartáveis, para que possa continuar a mesma política.
Para o PS, a “remodelação” pode ajudar a manter as eleições afastadas e isso é o que de facto lhe importa. Para o angustiado Rebelo Sousa, que já está a ver o governo “feito ao bife”, é urgente uma “remodelação profunda”, que pode até ser de todo o Governo e meter gente da “área do PS”, isto é um “Governo de salvação” do capital. Com vozes e solistas vários, o coro dos “remodeladores” só toca a música do capital financeiro, para salvar o pacto de agressão e afundar o país.
É urgente acabar com esta música da desgraça e, apoiados no grande coral da luta de massas, fazer soar a sinfonia dum Portugal com futuro.