Braga

Combater a degradação

Uma delegação da CDU, integrada por Carlos Almeida, candidato da CDU à Câmara Municipal de Braga, e Carla Cruz, candidata à Assembleia Municipal e deputada do PCP na Assembleia da República, esteve reunida, no dia 25, com a direcção da União dos Sindicatos de Braga (USB).

Entre outros assuntos, a CDU realça a acelerada degradação económica no concelho de Braga, traduzida em especial no número crescente de desempregados, que ascende hoje a cerca 15 mil trabalhadores. A necessidade urgente de reforço das políticas sociais e o estímulo à economia local por parte do município foram outras das questões identificadas como urgentes, nomeadamente por causa da perda de influência dos sectores do comércio e serviços, que são dos mais atingidos no concelho, a par do sector da construção civil.

Ainda sobre o comércio, a CDU partilha da análise da USB acerca das graves consequências causadas pela liberalização e alargamento dos horários nas grandes superfícies comerciais que, embora prometessem mais postos de trabalho no concelho, registam, pelo contrário, já alguns despedimentos.

Por último, a CDU questiona o investimento actual nos parques industriais do concelho, hoje praticamente abandonados, que não trazem já grandes vantagens às empresas por lhes faltar uma lógica de integração que, outrora, lá funcionava. A mesma dúvida surge em relação aos parques tecnológicos, que só farão sentido se interligados com as indústrias da zona, desenhados para servir as suas necessidades, bem como com os centros de investigação da Universidade do Minho e do INL.

A CDU aproveitou para reforçar a sua posição de defesa dos interesses dos trabalhadores do concelho, em especial numa fase em que os seus direitos são constantemente postos em causa, com despedimentos colectivos em várias empresas, salários em atraso, contratos precários e desemprego.

Sensibilidade social

No dia anterior, a CDU reuniu com a Direcção da Associação de Moradores do Bairro das Andorinhas. Da conversa, assim como da visita ao bairro que a procedeu, ressaltam preocupações diversas, entre as quais a subida registada no valor máximo de renda cobrada aos moradores, que ultrapassa já os 190 euros mensais. A CDU classifica esse valor como excessivo e entende que a Bragahabit devia ter mais sensibilidade social nesta matéria, estagnando o valor das rendas, face às crescentes dificuldades sentidas pela população, vítimas de desemprego e cortes nos rendimentos.

Outra preocupação muito sentida tem que ver com as condições de habitabilidade dos fogos. Alguns blocos necessitam de intervenção urgente nas fachadas de forma a impedir-se a propagação das infiltrações e a degradação dos edifícios, o que comprova a necessidade de o Município agir mais prontamente.

Os espaços exteriores, cuja valorização é tarefa diária da Associação de Moradores, necessitam de ser apetrechados com alguns equipamentos, nomeadamente um circuito de manutenção física e a implementação de piso sintético no ringue de futebol.

Neste contacto foi também confirmado pela CDU o trabalho exemplar que é feito pelos moradores do bairro, principalmente pela sua Associação, que tem sido incansável na realização de actividades, bem como na resolução dos problemas que vão surgindo, sendo sempre a primeira entidade a dar resposta às solicitações. Nesse sentido, entende a CDU que deviam ser reforçados, por parte dos órgãos públicos, os apoios e as competências da Associação de Moradores.

Obras inacabadas

No dia 28, Carlos Almeida, primeiro candidato da CDU à Câmara de Braga, acompanhado por Jorge Matos, ex-vereador na autarquia, e Paulo Sousa, do Partido Ecologista «Os Verdes», esteve em frente à obra que era para ser uma piscina olímpica junto ao Estádio Municipal de Braga.

Em conferência de imprensa, o candidato afirmou que aquele projecto é a «imagem da desgovernação e do desleixo das políticas do município» e lembrou que a CDU sempre se opôs, desde o início, em sede de Executivo municipal, à construção da piscina olímpica e que foi, inclusive, a única força política a fazê-lo.

«Opôs-se por entender que, em vez de privilegiar a prática de alta competição, o município deve investir, primeiro, no acesso generalizado da população ao desporto e numa diversidade grande de modalidades desportivas», explicou, lembrando que a CDU está ainda contra um outro projecto da Câmara de Braga para o local, que passa pela construção de um parque aquático e de um hotel.

Em contrapartida, a CDU avança com três propostas de forma a rentabilizar aquele espaço, atendendo aos gastos orçamentais e tentando encontrar a solução mais viável financeiramente para o município e que, ao mesmo tempo, melhor sirva as necessidades dos munícipes.

A primeira é um concurso de ideias envolvendo especialistas, que possam apresentar soluções viáveis e que não representem custos excessivos para o município; a segunda, um estudo para eventual adaptação do espaço a um pavilhão multiusos, que muita falta faz à cidade, comprovada pela utilização do pavilhão da Universidade do Minho sempre que necessário e pela acentuada degradação do Pavilhão Flávio Sá Leite; e uma terceira, a demolição do que já está construído, podendo aproveitar alguns dos materiais, de forma a conseguir ainda reverter algum do capital, mais de oito milhões de euros, para o município, investindo então num parque verde, de lazer, que sirva os munícipes.



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