Os mo­ra­dores dos bairros da Bela Vista, Ala­meda das Pal­meiras, Forte da Bela Vista, Quinta de Santo An­tónio e Man­tei­gadas, eleitos no âm­bito do pro­grama «Nosso Bairro, Nossa Ci­dade», es­ti­veram reu­nidos no pas­sado dia 22 para ana­lisar a forma como os acon­te­ci­mentos ocor­ridos a 16 de Março foram trans­mi­tidos pela co­mu­ni­cação so­cial.

Em co­mu­ni­cado, estes mo­ra­dores de­mons­tram «pro­fundo pesar» pela morte de um jovem de 18 anos, no dia 16 de Março, «es­pe­rando que o es­cla­re­ci­mento da sua morte con­tribua para o apu­ra­mento da ver­dade», de­nun­ciam «a forma como a co­mu­ni­cação so­cial tem con­tri­buído para o re­forço da imagem ne­ga­tiva dos bairros so­ciais, re­su­mindo a vida destes a actos vi­o­lentos, quando, nestes bairros, tanta vida existe para lá da vi­o­lência» e exigem à co­mu­ni­cação so­cial que «trans­mita com maior rigor as si­tu­a­ções de tensão nos bairros da Bela Vista e zona en­vol­vente e que de­dique os mesmos meios e atenção à co­ber­tura das muitas ini­ci­a­tivas po­si­tivas que marcam a vida deste bairro».

No do­cu­mento – en­viado à En­ti­dade Re­gu­la­dora para a Co­mu­ni­cação So­cial, às di­rec­ções edi­to­riais dos prin­ci­pais ór­gãos de co­mu­ni­cação so­cial e aos ór­gãos de so­be­rania – os mo­ra­dores in­formam ainda que na­queles bairros «re­sidem mais de sete mil pes­soas que, or­ga­ni­za­da­mente, têm, entre ou­tras ac­ções, pin­tado os seus pré­dios e de­sen­vol­vido ac­ti­vi­dades des­por­tivas e cul­tu­rais», como acon­teceu re­cen­te­mente no Forte da Bela Vista, onde se re­a­lizou uma pin­tura vo­lun­tária de todo o bairro que «poupou ao erário pú­blico cerca de meio mi­lhão de euros».