Palestiniano morre numa prisão israelita

Torturado até à morte

Um preso morreu ví­tima de tor­turas num cár­cere is­ra­e­lita. O as­sas­si­nato in­cen­diou ainda mais a re­volta dos pa­les­ti­ni­anos para com a cri­mi­nosa po­lí­tica si­o­nista de de­ten­ções.

O as­sas­si­nato de Arafat Ja­radat atiça a re­volta dos pa­les­ti­ni­anos

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O jovem de 30 anos, pai de dois fi­lhos e à es­pera de um ter­ceiro, na­tural da al­deia de Sa'ir, foi de­tido se­gunda-feira, 18, du­rante a vaga re­pres­siva dos pro­testos pa­les­ti­ni­anos, de­sen­ca­de­ados contra as de­ten­ções ar­bi­trá­rias is­ra­e­litas e em so­li­da­ri­e­dade para com os cerca de 4700 presos po­lí­ticos man­tidos em con­di­ções de­gra­dantes nos cár­ceres si­o­nistas. Muitos destes não co­nhecem os crimes que lhes são im­pu­tados nem en­frentam qual­quer acu­sação formal. Quase 200 são me­nores de idade.

Na quinta-feira, 21, du­rante a au­di­ência em tri­bunal, Arafat Ja­radat re­latou ao seu ad­vo­gado que havia sido bru­tal­mente es­pan­cado. Dois dias de­pois, o seu corpo foi en­tregue em He­bron, na Cis­jor­dânia, apre­sen­tando múl­ti­plos trau­ma­tismos. Se­gundo o mi­nistro pa­les­ti­niano res­pon­sável pelo acom­pa­nha­mento dos presos, o ca­dáver evi­den­ciava le­sões graves na ca­beça, peito, om­bros, co­luna ver­te­bral e costas, bem como vá­rios ossos par­tidos. A aná­lise fo­rense afirma que aquelas são marcas das tor­turas in­fli­gidas du­rante a re­clusão, as quais, as­se­guram, lhe pro­vo­caram a morte.

Numa pri­meira fase, os mé­dicos le­gistas de Te­la­vive ar­gu­men­taram que as con­tu­sões po­de­riam ter sido pro­vo­cadas pelas ma­no­bras de re­a­ni­mação e fri­saram que sem uma aná­lise to­xi­co­ló­gica era im­pos­sível de­ter­minar a causa da morte. Pos­te­ri­or­mente, e em face da de­núncia pa­les­ti­niana, a agência de se­gu­rança is­ra­e­lita avançou com a tese de ataque car­díaco como causa da morte, hi­pó­tese re­fu­tada pelos clí­nicos pa­les­ti­ni­anos, que ga­ran­tiram que o co­ração e ar­té­rias do preso es­tavam em per­feito es­tado.

O as­sas­si­nato do membro da Fatah e os seus con­tornos avo­lu­maram a re­volta po­pular na Pa­les­tina. Ao fu­neral de Ja­radat com­pa­re­ceram mi­lhares de pes­soas (25 mil, se­gundo a Eu­ropa Press), tran­for­mando o cor­tejo fú­nebre em mais uma acção de massas pelos di­reitos do povo pa­les­ti­niano.

A mul­tidão pros­se­guiu o pro­testo, pron­ta­mente re­pri­mido pelo exér­cito de Is­rael. De­zenas de pes­soas fi­caram fe­ridas. Os ocu­pantes im­pu­seram ainda fortes res­tri­ções à cir­cu­lação em toda a re­gião de He­bron, onde, na sexta-feira, 22, antes de ser co­nhe­cido mais este crime de Is­rael, já mi­lhares de pa­les­ti­ni­anos se ha­viam ma­ni­fes­tado contra a po­lí­tica si­o­nista e em de­fesa dos presos em greve de fome, tal como o es­tavam a fazer, nesse mesmo dia, os pa­les­ti­ni­anos em Na­blus, Jenín, Ra­malah ou Je­ru­salém Leste.



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