A luta e a conversa do costume
Fica escrito e publicado, e o autor destas linhas desde já autoriza a que seja re-publicado em ocasiões semelhantes, que as acções de luta realizadas e a realizar pela CGTP-IN foram, são e serão coisas pequenas e sem importância.
Fica dito e afirmado que, por mais que praças e avenidas se encham de gente nova e velha, dos muitos que vão a todas e dos que aparecem sempre pela primeira vez, de trabalhadores no activo e reformados, de trabalhadores precários ou desempregados, de homens e mulheres de todas as partes, as acções da CGTP-IN ficam sempre aquém das expectativas.
Fica desde já aceite como verdade absoluta, eterna e imutável que, sejam às centenas de milhares concentrados nas ruas de Lisboa, sejam dispersos em mais de duas dezenas de localidades, como neste sábado aconteceu, a luta de quem trabalha e trabalhou, do sector privado ou público, será sempre algo desprezível que apenas merece uma referência lateral e, por norma de estilo, depreciativa.
Vem esta reflexão a propósito dos comentários na comunicação social sobre a grande jornada de luta que a CGTP-IN promoveu no passado sábado, em 24 cidades do País e que fez levantar, de Norte a Sul, o grito de exigência da derrota desta política e deste Governo, como condição indispensável para travar o desastre a que estão a condenar o País e o compromisso de continuar a luta com esse objectivo.
Alinhados, como se numa parada estivessem, os comentadores do costume desvalorizaram. Tiago Caiado Ribeiro, fiscalista e comentador nas horas vagas, foi mais longe, dizendo que Arménio Carlos, o Secretário-geral da CGTP-IN tem as suas clientelas, os que têm trabalho e que ali estavam, e defende-as. Apenas isso.
Resolvi tentar perceber quem é este Ribeiro. Professor em três universidades públicas portuguesas, dono de um escritório de advogados influentes, este fiscalista «tem-se dedicado à área do contencioso tributário, liderando a equipa de advogados responsáveis por centenas de procedimentos e processos tributários e com uma panóplia de questões substantivas». Lá de clientelas percebe ele.
Quanto à dimensão, à força, à combatividade da luta que a classe operária e os trabalhadores travam, as imagens que esta edição do Avante! nos trás fala por si.