O «culto da personalidade»
«Partiu-se do conceito do “culto da personalidade” e adaptou-se a ele a realidade partidária nacional. O PC da União Soviética teve o culto da personalidade. O PC Português quis também descobrir o seu. (…) A luta contra o “culto da personalidade” foi assim, em larga medida, uma acção destrutiva do prestígio dos quadros mais destacados do Partido (...) O caso do camarada Álvaro Cunhal é o exemplo mais característico. Com pretexto na “luta contra o culto da personalidade”, o Avante! – durante cerca de dois anos (1956-1959) – deixou de falar do caso do camarada Álvaro Cunhal e deixou-se intencionalmente morrer a campanha que tinha eco nacional e internacional; durante esse período, em toda a imprensa do Partido, quando se faz referência ao camarada, o seu nome é colocado intencionalmente depois dos nomes de outros camaradas e de democratas de outras tendências (…)»
(Álvaro Cunhal, A Tendência Anarco-Liberal na Organização do Trabalho de Direcção, 1960)