Função Pública decide lutar
LUSA
Um plenário nacional de dirigentes e delegados sindicais, frente ao Ministério da Saúde, resultou numa simbólica «invasão», que se prolongou por um par de horas, até ao fim da tarde de segunda-feira, quando foi obtido o compromisso de agendamento de uma reunião para negociar o caderno reivindicativo dos trabalhadores auxiliares, administrativos, técnicos de apoio e de diagnóstico e demais profissionais (excepto médicos e enfermeiros, com representação sindical própria) que exercem funções sob a tutela de Paulo Macedo.
Luís Pesca, dirigente da Federação Nacional de Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais, disse aos jornalistas que a reunião com o ministro deverá ser marcada até aos primeiros dias de Fevereiro, admitindo que possa entretanto ser convocada greve. Cerca de três mil trabalhadores estão com contratos a prazo, enquanto mais de mil têm um contrato especial de inserção social, ou seja, são desempregados que, sem preparação profissional, trabalham a troco do subsídio de desemprego e do subsídio de refeição. A inquietação agravou-se com o anúncio de que o Governo pretende eliminar cerca de 50 mil postos de trabalho, referiu ainda o dirigente.
Amanhã, num plenário em Lisboa, também promovido pela FNSFP/CGTP-IN mas abrangendo os trabalhadores não docentes da rede pública de ensino e educação, vão ser analisadas acções de luta a curto prazo, para exigir a negociação do caderno reivindicativo, apresentado ao MEC há cerca de um ano, bem como medidas contra a progressiva degradação do estatuto profissional.