PCP exige mesa de voto na Praia
Numa primeira avaliação dos resultados das eleições intercalares que se realizaram, domingo, para a Assembleia de Freguesia de Esmoriz, em Ovar, e que terminaram com a vitória do PSD sobre o PS, com uma diferença de apenas quatro votos, a Comissão Concelhia de Ovar do PCP salientou que a CDU «não conseguiu os objectivos que almejava e que tinha expectativas de alcançar», e que consistiam, essencialmente, em obter representação na Assembleia de Freguesia, o que «corresponderia aos mais altos interesses dos esmorizenses e de Esmoriz».
Em nota de imprensa, os comunistas destacaram a «necessidade» de uma mesa de voto na Praia, «até para evitar a atitude indecorosa de certas candidaturas que, de forma relapsa, mobilizam meios de transporte para os eleitores daquele lugar de modo a tentar obter o seu voto», e lamentaram o aumento da abstenção em mais de 38 por cento, em comparação com as eleições autárquicas de 2009, o que comprova a «insensatez de todo o processo que conduziu à demissão da Junta de Freguesia».
Aproveitando a ocasião, a Comissão Concelhia do PCP manifestou ainda a sua preocupação pelo baixo nível dos rendimentos médios dos trabalhadores por contra de outrem, de todos os sectores de actividade económica, como se dá conta nos últimos dados estatísticos publicados pelo Instituto Nacional de Estatísticas, e condenou a extinção de freguesias, aprovada pelo PSD e pelo CDS.
Encontro com a população
Jorge Machado, deputado do PCP, participou, no dia 7 de Janeiro, num encontro com a população da Praia de Esmoriz. As queixas que ouviu foram diversas. A habitação social é uma das necessidades mais sentidas, tendo em conta as condições deploráveis em que vivem muitas famílias.
«O Bairro Piscatório está prometido há dezenas de anos, nunca foi construído e, agora, foi uma vez mais, lamentavelmente postergado pelo Governo PSD/CDS e pela Câmara Municipal, do PS», acusa, em nota de imprensa, a CDU de Esmoriz, onde sublinha que «a requalificação da Barrinha não pode continuar adiada, por razões ambientais, por motivos de promoção turística e porque deve voltar a constituir a fonte de recursos piscatórios, como já o foi para as comunidades locais».
A defesa da orla costeira, tal como tem sido concretizada, suscitou, de igual forma, amplos protestos. «Os pescadores não compreendem que não sejam ouvidos pelas autoridades competentes, eles que conhecem o mar como ninguém», refere a CDU, frisando que os pescadores discordam da forma como os paredões estão construídos, «por não possibilitarem o depósito das areias» e por impedirem «a construção de um porto de abrigo para as embarcações da arte xávega». A construção da lota de pesca é outros dos anseios dos pescadores que continua à espera de resposta.
Durante a visita, foi ainda abordado o «estado lastimoso» a que chegou a rede viária. Os comerciantes, por seu lado, manifestaram, entre outras questões, o seu desconforto pelas exigências a que estão sujeitos para a aquisição de dispendiosas máquinas de facturação.