Novas regras para exames nacionais
José Luís Ferreira, deputado de «Os Verdes», entregou, na Assembleia da República, uma pergunta em que questiona o Governo sobre os exames nacionais do 12.º ano, que penalizam os alunos dos cursos profissionais e do ensino artístico especializado.
Discriminação abusiva dos alunos do ensino profissional
Em causa está o Decreto-Lei n.º 139/2012, de 5 de Julho, que definiu novas regras para os exames nacionais do 12.º ano e para o ingresso no Ensino Superior. «É apresentado aos alunos e aos profissionais da educação um decreto que procede à introdução de um conjunto de alterações às matrizes curriculares, dos ensinos Básico e Secundário, com o objectivo de, na óptica do Ministério da Educação, criar uma cultura de rigor e de excelência, tendo em vista melhorar a qualidade do que se ensina e se aprende. No entanto, quanto à avaliação sumativa externa dos alunos do ensino profissional e artístico especializado, as alterações vêm confirmar que o Ministério efectivamente negligenciou o percurso escolar destes alunos», critica José Luís Ferreira, referindo-se, por exemplo, às alterações ao nível da avaliação sumativa externa, que «não se compreendem e suscitam grande questão».
«Como se pode exigir agora, a meio do percurso escolar dos alunos, que a avaliação sumativa externa se realize à disciplina de Português, conjuntamente com uma disciplina bienal e outra trienal no caso dos alunos do ensino profissional?», interroga o deputado, acrescentando: «E no caso dos alunos do ensino artístico especializado, que essa mesma mesma avaliação se realize às disciplinas de Português e de Filosofia?».
Entretanto, o Ministério da Educação, reconhecendo a desigualdade e injustiça criada no direito à educação constitucionalmente previsto, recuou na aplicação da lei e criou uma norma transitória de modo a que esta medida seja só aplicada aos estudantes que entraram este ano no Secundário, mas só no caso dos alunos do ensino artístico especializado.
Esta situação coloca uma outra questão: «onde está o sentido de justiça e equidade de tratamento do Ministério da Educação, quando discrimina de forma tão abusiva os alunos do ensino profissional?», refere José Luís Ferreira.
Degradação do serviço público
«Os Verdes» pediram ainda esclarecimentos sobre a supressão de comboios e incumprimento de horários na Linha do Sado, que estão a provocar a degradação do serviço público e a prejudicar gravemente os utentes. Na pergunta dirigida ao Ministério da Economia, os ecologistas afirmam que a CP, enquanto transportadora nacional que recebe indemnizações compensatórias do Estado, tem a obrigação de cumprir os horários em vigor, aprovados pela Secretaria de Estado dos Transportes.