Rede Virgin fecha em França

Crise e desemprego

A rede de lojas de música, filmes e livros Virgin, que emprega mais de mil pessoas em França, anunciou, dia 4, que apresentará um processo de insolvência.

Quebra de vendas dita falência do negócio

Image 12258

Depois de rescindido o contrato de arrendamento da emblemática Megastore dos Champs-Elysées em Paris, que gera 20 por cento das suas vendas, a direcção da empresa prepara-se para encerrar as 25 lojas que ainda possui em França, defraudando as expectativas dos mais de mil trabalhadores que emprega naquele país.

Na loja parisiense, a esmagadora maioria dos 180 trabalhadores estiveram em greve, dia 29, em protesto contra o encerramento do estabelecimento. Para muitos trata-se de um autêntico balde de água fria já que, nos últimos anos, tudo fizeram para ir ao encontro das solicitações da empresa, que alegava dificuldades face à forte quebra de vendas.

«Aceitámos tudo: a polivalência, a moderação salarial, a redução de postos de trabalho, horários até à meia-noite, domingos e feriados incluídos, renunciámos ao 13.º mês… Falaram-nos do custo do trabalho e de flexibilidade, mas prova-se que não valeu a pena. No final, deitam-nos fora como lenços de papel», relatou um trabalhador em greve ao diário «L´Humanité».

A cadeia de lojas é desde 2008 detida maioritariamente pelo fundo de investimento francês Butler Capital Partners, que tem participações em vários outros grupos, como Sernam (mensagens), Partouche (casinos), Osiatis (serviços informáticos) e Anovo (manutenção tecnológica).

No ano passado, a Virgin encerrou quatro lojas e sofreu uma redução da facturação de 34 por cento. Nos últimos meses, a direcção apresentou um plano de reestruturação que previa espaços mais reduzidos com menos empregados.

Mas mesmo esse plano terá sido posto de lado, considerando o anúncio de insolvência. A empresa acumula dívidas de 22 milhões de euros, tem pagamentos atrasados à Segurança Social e a muitos fornecedores. Por isso, alguns pontos de vendas começaram a sentir quebras nos stocks.

A quebra nas vendas de artigos culturais, caso dos CD, dos DVD e dos livros impressos, entre outros, é em geral atribuída à alteração de hábitos dos consumidores, que preferem descarregar esses conteúdos da Internet. Mesmo a FNAC, o gigante do sector, se queixa desse problema.

Todavia, seguramente que a quebra do poder de compra das massas, após anos de contenção salarial e políticas antipopulares, tem tido efeitos mais sensíveis na quebra da procura de artigos culturais do que propriamente a mudança de hábitos de consumo.



Mais artigos de: Europa

Recessão e mais dívida

O Instituto de Macroeconomia e Estudos Conjunturais (IMK), próximo dos sindicatos alemães, apresentou, na segunda-feira, 7, um estudo em que defende uma alteração de políticas para enfrentar a crise.

400 anos para activistas curdos

O Sexto Alto Tribunal de Diyarkabir condenou, dia 3, 40 activistas curdos a pesadas penas de prisão por «pertença a organização terrorista». Entre os condenados está o deputado do Partido Paz e Democracia (BDP), Faysal Sariyldiz. No total a sentença determina 401...

Oposição a pão e água

O parlamento macedónio decidiu, dia 3, reduzir em dois terços os salários dos deputados da oposição, que estão a boicotar os trabalhos em protesto contra o orçamento para 2013. O SDSM, principal partido da oposição, que conta com 29 dos 123 deputados,...

O Tratado Orçamental

Entrou em vigor no primeiro dia do ano o Tratado sobre a Estabilidade, Coordenação e Governação na União Económica e Monetária – também conhecido como Tratado Orçamental. Poucos conhecerão o conteúdo e as implicações deste...