400 anos para activistas curdos
O Sexto Alto Tribunal de Diyarkabir condenou, dia 3, 40 activistas curdos a pesadas penas de prisão por «pertença a organização terrorista». Entre os condenados está o deputado do Partido Paz e Democracia (BDP), Faysal Sariyldiz.
No total a sentença determina 401 anos e nove meses de prisão para quatro dezenas de arguidos, com penas que vão dos seis anos e três meses aos 17 anos.
Das 55 pessoas inicialmente acusadas no processo da União das Comunidades Curdas (KCK), que as autoridades turcas vinculam ao Partido dos Trabalhadores Curdos (PKK), 12 foram separadas num caso à parte e três absolvidas.
Os 40 condenados, todos originários da província de Sirnak, haviam sido detidos em 2009, no âmbito de uma vasta operação em que foram presos milhares de activistas curdos, incluindo professores universitários, escritores, jornalistas ou advogados, todos acusados de ligações ao KCK.
Esta organização, qualificada de terrorista pelo governo turco, é acusada de pretender substituir as instituições estatais nas comunidades locais das províncias de maioria curda, criando uma estrutura administrativa paralela.
A sentença – a primeira de vários outros processos idênticos a decorrer nos tribunais – foi proferida dias depois de o governo turco ter confirmado que estão em curso negociações entre os seus serviços secretos e o líder do PKK na prisão, Abdullah Öcalan, com vista a obter o desarmamento da guerrilha curda.