«Para o ano cá estaremos, com mais força!»
O Secretário-Geral do PCP esteve no passado sábado em Braga, numa iniciativa que juntou perto de 300 pessoas, entre militantes comunistas e outros democratas. Num ambiente de forte confiança e determinação, retomou-se as forças para prosseguir, durante o próximo ano, a luta por uma política alternativa, patriótica e de esquerda.
Num balanço deste ano que quase termina, Carla Cruz, em nome da Direcção da Organização Regional de Braga, falou dos graves ataques trazidos pelo pacto de agressão aos trabalhadores e às populações. Tendo como expressão máxima as alterações à legislação laboral; os cortes nos salários e pensões; o aumento dos impostos; os cortes nos serviços públicos, na escola pública, na saúde ou os ataques ao poder local democrático, este pacto consiste num rumo desastroso para o País, que o está a conduzir «para um acentuado declínio económico e social».
No distrito de Braga, são mais de 80 mil os rostos do desemprego, sendo que, destes, 60 por cento não recebem qualquer tipo de subsídio; são também milhares os trabalhadores da indústria transformadora com salários em atraso. O aumento dos preços nos transportes e a redução de oferta, fruto das transferências dos serviços públicos para privados, ou o encerramento de centros de saúde e serviços de atendimento permanente (SAP), bem como a parceria público-privada do Hospital de Braga – nas mãos do Grupo Mello – têm contribuído para dificultar a vida à população.
Mas a par das gravosas medidas a que o pacto de agressão os tem sujeitado, os trabalhadores e as populações, assim como os militantes comunistas do distrito, têm dado firmes respostas através de numerosas jornadas de luta em diversos concelhos. Lembra Carla Cruz que assim foi na defesa dos serviços públicos, contra o encerramento dos SAP em Vieira do Minho, Vizela e Guimarães, ou do posto dos CTT no Gerês, culminando na greve geral de dia 14 de Novembro, que teve uma fortíssima expressão no distrito. Expressão igual tem tido o envolvimento de todos aqueles na defesa do poder local democrático, como é exemplo o passado dia 17 de Novembro.
Ao mesmo tempo, os militantes do distrito envolveram-se activamente na preparação do XIX Congresso do PCP, com inúmeras assembleias, reuniões, plenários e debates de preparação, que juntaram perto de 300 militantes e elegeram 30 delegados ao Congresso, contribuindo assim também para o seu enorme êxito – que Jerónimo de Sousa, na sua intervenção, não deixou passar em branco, valorizando as condições para intervir e lutar com que saíram os comunistas de um Congresso que foi uma «manifestação de grande unidade e de grande coesão», onde «perpassou a vida, a realidade: dos lutadores que vieram ali falar da luta, dos pequenos e médios empresários que vieram ali falar dos seus problemas, das mulheres e dos jovens, com as suas questões específicas».
O Secretário-Geral sublinhou que do XIX Congresso do PCP sobressaiu um Partido combativo e convicto no valor intrínseco da luta e do seu desenvolvimento. Mas também um Partido de propostas, que defende a ruptura e a mudança e a rejeição do pacto de agressão. Enfim, o mesmo Partido que está hoje mais forte, mais preparado e mais capaz, não só para enfrentar as duras batalhas que se aproximam – de entre elas, as eleições autárquicas – e para comemorar o centenário de Álvaro Cunhal, como para construir a alternativa que o País e o povo português precisam: uma política patriótica e de esquerda e um Governo que a concretize.