Afirmar as conclusões do XIX Congresso
Afirmar as conclusões do XIX Congresso do Partido e projectar a força que dele emanou foram os objectivos centrais do comício realizado em Alverca no dia 7, que contou com a presença de Jerónimo de Sousa.
O XIX Congresso saldou-se por um «extraordinário êxito»
O primeiro comício após a realização do XIX Congresso do PCP foi como tinha que ser: uma vibrante demonstração de força, de vitalidade e de unidade do colectivo partidário comunista. Em Alverca, histórica freguesia do concelho de Vila Franca de Xira, terra de tantas e tão duras lutas, Jerónimo de Sousa realçou, perante centenas de militantes e simpatizantes do Partido, o «extraordinário êxito» do XIX Congresso, garantindo ter-se tratado de um «grande momento de reforço político, ideológico e orgânico do Partido», que cria melhores condições para a sua luta.
Mas o Congresso foi mais do que isso, sublinhou, considerando-o igualmente um momento de afirmação da «natureza do Partido, do seu ideal, do seu projecto e das suas propostas». Que permite ao colectivo «melhores condições de intervenção» e um maior conhecimento e compreensão, pelos militantes, da estratégia e das opções do Partido.
Após valorizar a afirmação de força e entusiasmo de um Partido «pronto para a luta, unido e coeso» que saiu do Congresso, Jerónimo de Sousa realçou a afirmação de que dele saiu um «novo rumo e uma política alternativa». No XIX Congresso «não nos limitámos à crítica, à luta contra, apresentámos propostas alternativas», lembrou o Secretário-geral do Partido, sintetizando os nove eixos centrais da política patriótica e de esquerda patentes na Resolução Política aprovada: «resgatar Portugal da teia da submissão e da dependência; recuperar para o País o que é do País – os seus recursos, sectores e empresas estratégicas e o seu direito ao crescimento económico, ao desenvolvimento e à criação de emprego; devolver aos trabalhadores e ao povo os seus salários, rendimentos e direitos sociais que este Governo usurpou.»
Um governo para quê?
Após apresentar as características centrais da política alternativa patriótica e de esquerda que o PCP defende, Jerónimo de Sousa questionou: «como se constrói a alternativa política?» Em seguida, remetendo para a Resolução Política aprovada no Congresso, lembrou as três condições aí apontadas para a sua concretização, nomeadamente o reforço do Partido, a alteração da correlação de forças actualmente existente e o desenvolvimento da luta dos trabalhadores e de outras camadas sociais.
Retomando o que já dissera na abertura do XIX Congresso, Jerónimo de Sousa afirmou que antes de saber com quem se fará governo interessa precisar para quê e para quem! A questão não é estabelecer um governo «insípido, inodoro e incolor», mas um governo para realizar uma política patriótica e de esquerda, o que só será possível com as forças e sectores que não apenas se afirmem de esquerda mas que o sejam de facto.
Quanto ao PS, Jerónimo de Sousa lembrou que este partido foi o primeiro subscritor do chamado «memorando da troika», que não é um texto genérico, antes um programa de agravamento da exploração e do saque das riquezas nacionais. «Como é alguém se pode afirmar de esquerda e no essencial estar comprometido, ser cúmplice, ser parte de um instrumento que está a arrasar o País e a fazê-lo andar para trás?»
Esclarecendo a posição do PCP, Jerónimo de Sousa garantiu que a participação do Partido numa solução alternativa de governo será sempre alcançada pela «vontade e apoio» dos trabalhadores e do povo e não por «arranjos de poder que nos exijam deixar de ser o que somos e de defender o que defendemos».
Nesse mesmo dia, o PCP dirigiu ao Presidente da República um pedido de audiência para expor as medidas e opções que o XIX Congresso definiu para responder aos problemas nacionais.