Privatização na «linha» do Governo

A Comissão de Utentes da Linha do Sado enviou uma carta ao presidente do Conselho de Administração da CP-Comboios de Portugal, alertando-o para a «degradação do serviço público na Linha do Sado», o que contraria a responsabilidade e o compromisso assumido pela CP e o Governo.

No documento, enviado no dia 26, a Comissão dá conta de que os «atrasos e supressões de comboios» na Linha do Sado causam «prejuízos» e colocam «em risco os postos de trabalho a muitos utentes», e que a alteração do horário que entrou em vigor no dia 9 de Dezembro não tem «em linha de conta a população da Freguesia do Sado, os estudantes do Politécnico e os trabalhadores da CP/Carga». «Uma tal medida, colocada no seguimento do corte da passagem pela cidade de Setúbal dos comboios regionais para o Algarve, acentua as dificuldades de mobilidade da população setubalense», referem os utentes.

«A luta dos trabalhadores ferroviários pelos direitos conquistados não pode servir de álibi para a continuação dos atrasos e supressão de comboios», defende a Comissão, que responsabiliza o Governo e a CP, ao rejeitar a vinda de mais uma unidade motora, «do não cumprimento dos horários» e dos «prejuízos causados aos utentes», assim como do encerramento da EMEF do Barreiro.

No final, os utentes exigem que o «actual horário da Linha do Sado se mantenha», a «vinda de mais uma UQE para a Linha do Sado, a fim de assegurar as visitas periódicas de manutenção programadas», que a «EMEF do Barreiro seja colocada ao serviço da CP na manutenção das Unidades Motoras e pequenas reparações», que «seja mantida a higiene e o regular funcionamento dos elevadores em todas as estações e apeadeiros», o «estacionamento gratuito de viaturas dos utentes, junto das estações e apeadeiros» e a «existência de uma bilheteira em todos os apeadeiros».

Reclamação à CP

Entretanto, face à estratégia da Administração da CP de suprimir o número de comboios diários, bem como o número de chegadas e partidas de Praias do Sado, o que acontece desde domingo, comissões de utentes, estruturas sindicais e autarquias apresentaram, na sexta-feira, na Estação da Praça do Brasil, uma reclamação por escrito, onde se exige à CP que «ultrapasse o conflito que criou por não cumprir o Acordo de Empresa, que assinou de livre vontade com os seus trabalhadores». Caso a Administração da CP não pretenda pagar o «trabalho extraordinário», deverá abrir «vagas para a admissão de futuros trabalhadores de modo a prestar condignamente o serviço público de transportes e cumprir a missão para a qual foi criada», defende o documento.



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