Fim ao massacre em Gaza
Tal como está a acontecer um pouco por todo o mundo, também Portugal se mobiliza em defesa da paz e dos direitos inalienáveis do povo da Palestina. Hoje há concentrações em Lisboa e no Porto.
Hoje à tarde há concentrações no Porto e em Lisboa
As acções estão marcadas para hoje à tarde nas duas principais cidades do País contra a bárbara agressão israelita na Faixa de Gaza. Em Lisboa, promovida pelo Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC) e pelo Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM), realiza-se às 18 horas uma concentração junto à Embaixada de Israel em Lisboa (Rua António Enes, 16, perto da Maternidade Alfredo da Costa). No Porto, por iniciativa do CPPC, a concentração está marcada para as 17h30 na Praça dos Poveiros.
Num comunicado emitido anteontem, o CPPC condenava de forma veemente a «nova escalada de agressão israelita contra a Faixa de Gaza», que tinha provocado até então dezenas de mortos e centenas de feridos, «entre os quais muitas crianças palestinas». Lembra-se ainda, nesse documento, a «oportunidade» de mais este ataque: em vésperas da realização de eleições legislativas em Israel, procurando-se desta forma favorecer as forças de extrema-direita que dominam actualmente o governo do país.
O CPPC denuncia ainda a «hipocrisia e o cinismo» da administração norte-americana e da União Europeia, que «desculpam e apoiam o agressor e responsabilizam a vítima». Já o Conselho da Paz «não confunde agressor com agredido», tal como diferencia o regime sionista do povo israelita e das forças e activistas da paz desse país. No comunicado recorda-se também as consequências, para o povo da Palestina, de décadas de ocupação israelita e reafirma-se a solidariedade com o direito do povo palestino à Paz, à liberdade, a uma vida digna e um Estado independente, soberano e viável, exigindo do Governo português uma acção em favor destes princípios.
O MPPM, num comunicado emitido no dia 18, realça que pela dimensão dos recursos militares envolvidos nesta operação ela só é possível «ao cabo de um planeamento cuidado e atempado, e com a cobertura dos EUA». Assim, sustenta o movimento, o assassinato por Israel do dirigente do Hamas terá constituído um «acto premeditado» visando boicotar as negociações em que estava envolvido e «provocar uma escalada no conflito».
Alertando para o facto de os contornos e objectivos da operação permanecerem ainda obscuros, o MPPM garante que ela não pode ser dissociada dos esforços de Israel, dos EUA e de parte dos países da UE, «no sentido de boicotar a iniciativa da OLP de propor a elevação do estatuto da representação diplomática da Palestina na Organização das Nações Unidas».
Outras acções
Na próxima quinta-feira, 29, às 18h30, na Casa do Alentejo, em Lisboa, o MPPM promove uma sessão pública comemorativa do Dia Internacional de Solidariedade com o Povo da Palestina. Participam Maria do Céu Guerra, actriz e presidente do MPPM, o embaixador da Palestina Mufeed Shami, os investigadores Silas Cerqueira e Santiago Macias e o professor jubilado Adel Sidarius. A sessão insere-se nas Jornadas de Solidariedade com a Palestina 2012.
Entretanto, por iniciativa do CPPC, realizou-se anteontem uma reunião de organizações que integram o movimento pela Paz em Portugal, que subscreveram um texto comum relativo à situação na Palestina. Reafirmando as exigências de sempre, as organizações subscritoras exigem do Governo português uma posição consonante com o disposto no artigo 7.º da Constituição da República Portuguesa e na Carta das Nações Unidas, reclamando o «fim imediato da agressão de Israel à Faixa de Gaza» e apoiando a «legítima aspiração da admissão da Palestina como membro da ONU, votando favoravelmente o seu pedido». O texto, aberto à subscrição de mais organizações, foi aprovado pelo CPPC, MPPM, MDM, Interjovem, CGTP-IN, FNSTFPS e JCP.