Militares presos
Nove militares guatemaltecos, incluindo um coronel do exército, foram detidos na sequência do massacre perpetrado dia 4 contra camponeses que contestavam o aumento do preço da energia eléctrica. Segundo apurou o Ministério público da Guatemala, oito pessoas foram mortas e mais de três dezenas ficaram feridas depois de o exército ter disparado contra a multidão que bloqueava uma estrada na província de Totonicapán.
A acusação adiantou ainda que os militares agiram em frontal desrespeito para com as autoridades presentes, a polícia nacional, facto que levou o presidente Otto Pérez Molina a condenar o comportamento do contingente castrense e a declarar que, doravante, só as forças civis serão chamadas a intervir em situações semelhantes.
Inicialmente, Pérez Molina, ex-general, fez eco da versão difundida pelo Ministério da Defesa, segundo o qual os soldados haviam disparado primeiro para o ar e só depois investido contra os manifestantes que, alegadamente, os ameaçavam de linchamento. Esta versão acabou desmentida pelas testemunhas dos acontecimentos.
Molina também deu o dito pelo não dito fruto da pressão popular e da representação local do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, que não hesitou em culpar o exército pelo massacre.