A luta continua e cresce
Por onde passou, a «Marcha Contra o Desemprego, por um Portugal com Futuro» constituiu um exemplo e um estímulo para que decidissem organizar-se e lutar muitos mais trabalhadores no activo e reformados, homens e mulheres, jovens e idosos, desempregados ou à beira de o serem. Com a força que a Marcha mostrou, em oito dias e milhares de quilómetros, a luta para derrotar o Governo PSD/CDS e a política de direita vai continuar e crescer, com nova e importante etapa marcada para 14 de Novembro.
A Marcha estimulou a unidade, organização e luta
Na edição anterior, mostrámos imagens dos primeiros cinco dias, a Norte e a Sul. Continuamos esse diário ilustrado, que deixa adivinhar o muito que poderia ser contado e escrito sobre esta jornada. Tal como na semana passada, o contributo fundamental proveio das reportagens fotográficas produzidas e divulgadas com os meios mobilizados pelo movimento sindical unitário. Agora nos distritos de Leiria, Santarém, Setúbal e Lisboa – e em iniciativas associadas no Funchal, na Guarda e em Castelo Branco – a marcha promovida pela CGTP-IN, com o MTD (Movimento dos Trabalhadores Desempregados), continuou a mostrar a força de quem não se resigna e persiste em exigir vida melhor para si e para o povo. E mostrou também que essa força está a crescer.
Referimos dois exemplos, a propósito desta tendência. Na quinta-feira, a União dos Sindicatos de Évora informou que, no conjunto das iniciativas realizadas nos dias 8 e 9, nos concelhos de Portel, Évora, Arraiolos, Montemor-o-Novo e Vendas Novas, participaram mais de 2500 pessoas. E lembrou que no dia 29 de Setembro, para a enchente no Terreiro do Paço, o distrito deu a maior participação de trabalhadores e população em manifestações nacionais.
Na quarta-feira, dia 10, o CESP/CGTP-IN deu nota de que os trabalhadores dos supermercados Ponto Fresco, na área de Leiria, decidiram entrar na «coluna Norte» da Marcha Contra o Desemprego, que nesse dia atravessou o distrito. São 600, a nível nacional, têm estado em luta contra atrasos constantes no pagamento de salários e não querem ter o desemprego como futuro. «Também eles dão garantias de que este povo não aceita como único caminho o desemprego e a miséria», comentou o sindicato.
A marcha esteve em Alcácer do Sal, Grândola, Santiago do Cacém, Sines, Pontes (Setúbal), Pombal, Leiria e Marinha Grande, no dia 10; Tomar, Entroncamento, Samora Correia, Vila Franca de Xira, Setúbal, Palmela e Pinhal Novo, dia 11; na Moita, Alhos Vedros e Barreiro, Seixal e Almada, Vila Franca de Xira, Loures (Sacavém e Santa Iria de Azoia), Lisboa (Oriente e Aeroporto) no dia 12; Almada e Cacilhas, na manhã de dia 13.
As estruturas regionais da CGTP-IN realizaram iniciativas, integradas na Marcha Contra o Desemprego, em Castelo Branco, Fundão, Covilhã, Guarda, Seia e Gouveia, no dia 10; e no Funchal, dia 12 .
«Cultura»
e outros actos
A par das lutas dos trabalhadores e das acções promovidas pelas suas organizações de classe, outros estratos, com distintos níveis de estruturação e mobilização, atingidos pelas consequências da política de direita e pelas medidas do Governo, continuam a realizar actos públicos de protesto.
No dia 13, milhares de pessoas participaram no concerto «Cultura é Resistência», na Praça de Espanha, em Lisboa, e em iniciativas semelhantes contra a «austeridade», inseridas no movimento «Que se Lixe a Troika». Numa síntese da agência Lusa, divulgada ao fim da noite de sábado, eram referidas acções no Porto (Praça D. João I), em Coimbra (Praça da República), em Braga, Faro, Beja, Viseu, Aveiro e Viana do Castelo (esta atribuída ao «movimento cívico Manif com vassoura na mão»).
Também em Lisboa, no sábado à tarde, ocorreu uma manifestação de proprietários de farmácias, com que a ANF assinalou a entrega de milhares de assinaturas no Ministério da Saúde, exigindo medidas do Governo para a grave situação que o sector enfrenta. Na segunda-feira, ao fim da tarde, centenas de pessoas concentraram-se junto à Assembleia da República, em protesto contra a proposta do Governo de OE para 2013. Para anteontem, também frente ao Parlamento, um movimento de proprietários de restaurantes convocou um protesto, para reclamar a redução do IVA neste sector.