Voltamos dia 31

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«Não estamos aqui para pedir nada, mas para exigir aquilo a que temos direito: o direito ao trabalho e ao trabalho com direitos para os jovens e os desempregados em geral. Por isso, exigimos o acesso a prestações sociais para todos os que delas necessitem e se encontram numa situação de desemprego, porque não aceitamos que o direito à protecção social continue a ser negado a mais de metade dos desempregados! Por isso estamos aqui para dizer que rejeitamos qualquer tentativa que reduza as prestações sociais, seja o subsídio de desemprego, o de doença ou qualquer outro! Por isso dissemos em todo o País que é preciso acabar com o flagelo dos salários em atraso e assegurar o pagamento dos créditos aos trabalhadores vítimas de despedimento, e que se encontram há 5, 10 e nalguns casos mais de 20 anos sem receberem aquilo a que têm direito.» (...)

«Esta é uma Marcha que, nos seus objectivos e proposta, na sua esperança e confiança, não acaba hoje. Uma Marcha, elemento de mudança, que vai continuar, com os seus objectivos, agora em cada local de trabalho, contra o ataque aos direitos consagrados na contratação colectiva, contra o desemprego, contra este Governo e esta política que massacram a vida dos portugueses!» (...)

«Num momento em que estamos confrontados com a apresentação de um Orçamento do Estado que constitui um massacre aos rendimentos dos trabalhadores, dos jovens, dos pensionistas e reformados, dos micro e pequenos empresários, a hora é de unir esforços e vontades, para alargar o caudal do protesto e luta que se agiganta.

Este é um tempo de exercer o direito à resistência, contra as medidas ilegítimas que põem em causa direitos, liberdades e garantias! Uma resistência que assenta, não na violência, mas nos argumentos e na razão, que nos assiste, bem como na possibilidade concreta de acabarmos com este Governo e esta política, antes que este Governo e esta política acabem com o País!

Por isso, assumimos aqui a convocação de uma concentração no dia 31 de Outubro, na Assembleia da República, e que será antecedida de outras de âmbito sectorial, nomeadamente de uma grande manifestação dos trabalhadores da Administração Pública, a realizar no mesmo dia.

A hora é de unidade na acção!

Vamos realizar uma grande greve geral no dia 14 de Novembro! Por nós, pelas novas gerações, pelo futuro de Portugal! Vamos todos, independentemente dos posicionamentos político-sindicais, participar nesta grande luta que é de todos e para todos. Se a ofensiva é global a resposta tem de ser geral.»

Excertos da intervenção de Arménio Carlos, Secretário-geral da CGTP-IN,
no encerramento da Marcha Contra o Desemprego




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