Falta prevenção e meios
Num comentário aos fogos florestais que, no início da semana, fustigavam o País, o PCP salientou que estes incêndios mostram, uma vez mais, a «falta que faz uma política de prevenção estrutural da floresta», que previna o abandono, o que só será possível com a valorização dos rendimentos dos produtores florestais, «o que, manifestamente, continua por concretizar».
Para o Partido, o recente corte de mais de 150 milhões de euros para investimentos na floresta, no quadro da reprogramação do PRODER, é um «sinal muito negativo neste sentido». O PCP rejeita ainda qualquer ideia de reposição das áreas ardidas por monocultura florestal, seja de pinheiro seja de eucalipto. Apesar do Governo ter já admitido esta solução, o PCP considera-a um «erro que é preciso atalhar».
Os problemas verificados com o Dispositivo de Combate a Incêndios, implementado em 2005, nomeadamente nos incêndios de grande dimensão, «mostram a necessidade de uma avaliação rigorosa sobre a suficiência dos meios, a organização das forças e a estratégia de combate». O relatório da Autoridade Nacional de Protecção Civil sobre o incêndio de Tavira/Algarve – um dos maiores incêndios registados no País desde que há estatísticas – reconheceu estas insuficiências.
O Partido deixou ainda uma palavra de solidariedade às populações afectadas, particularmente para as vítimas e as suas famílias, que vivem «horas de grandes dificuldades e desespero», e uma mensagem de apreço e confiança àqueles que no terreno combateram as chamas.