Micro empresários «desesperados»
Os micro, pequenos e médios empresários do concelho de Cascais aprovaram, no dia 12 de Agosto, em São Domingos de Rana, uma moção, dirigida ao Governo, onde exigem «medidas urgentes» nas áreas da fiscalidade, do crédito e do investimento produtivo, com vista a criar condições imprescindíveis à dinamização do mercado interno e da economia, da criação de novos empregos e de mais riqueza nacional.
Estas propostas constam de um pacote de medidas reivindicativas da Confederação Portuguesa das Micro, Pequenas e Médias Empresas (CPPME). «Dia a dia avoluma-se o número das insolvências nos diversos sectores de actividade, com os respectivos impactos na quebra de produção, na diminuição da receita fiscal, no aumento de desemprego, na pobreza e na exclusão social, um modelo económico e social em que o Governo e a troika levam ao empobrecimento dos portugueses e do País», criticam, no documento, os empresários. No texto contesta-se ainda a «eliminação de grande parte das taxas intermediárias do IVA», a «impossibilidade da entrega do IVA ao Estado apenas após boa cobrança», a «manutenção do PEC sem a prometida criação de factores técnico/científicos, o agravamento do IRC e do IMI, juntamente com o aumento de outros custos de produção», que levam ao «desespero» milhares de micro empresários, «para quem não existe, no encerramento forçado, qualquer cobertura social, apesar da existência de uma carreira contributiva para a Segurança Social».
Na moção condena-se igualmente o «enorme aumento do IVA na restauração, de 13 para 23 por cento», aliado ao «aumento sucessivo das cargas tributárias cobradas às micro, pequenas empresas da restauração e bebidas», que subiu mais de 30 por cento entre 2005 e 2012, o que contribuiu, inevitavelmente, para o encerramento de muitas empresas e consequentemente para o aumento do desemprego. As críticas dos empresários de Cascais estendem-se ainda ao licenciamento das grandes superfícies comerciais e a sua abertura aos domingos.