A Câmara de Ferreira do Alentejo suspendeu o abastecimento de água potável a diversas famílias residentes em alguns montes do concelho, que não são abastecidas pela rede pública.

Para o Movimento de Utentes dos Serviços Públicos (MUSP) esta é uma situação «lamentável». «Assumindo-se a água como um bem público e essencial ao bem-estar e a uma boa qualidade de vida de todos os seres humanos, privar alguns desses mesmos seres humanos de utilizarem um bem tão preciso e necessário às suas necessidades diárias, só a podemos entender como uma medida de grande insensibilidade humana de cariz meramente economicista e de desprezo total pelos mais elementares direitos das famílias e pessoas em causa», condena o MUSP, que manifestou, em nota de imprensa, a «sua total solidariedade e apoio aos correctos e justos protestos das famílias e pessoas», exortando-as «a continuarem a lutar até que consigam concretizar os seus objectivos».

Entretanto, um dos habitantes atingidos avançou já com uma providência cautelar contra a autarquia, reclamando a «imediata reposição» do serviço. «Fiz dois requerimentos à Câmara Municipal a solicitar esclarecimentos sobre a situação, mas, como não obtive resposta, intentei uma acção em tribunal», explicou à Lusa Paulo Conde, do Movimento de Utentes dos Serviços Públicos de Ferreira do Alentejo e eleito da CDU na Assembleia Municipal.