Despedimentos multiplicam-se em França

Sangria na Peugeot

Milhares de operários do grupo PSA Peugeot-Citroen desfilaram, dia 25, em Paris para repudiar o plano de redução de milhares de postos de trabalho e o encerramento de uma fábrica.

Governo anuncia incentivos à indústria automóvel

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O protesto foi especialmente dirigido contra o encerramento da unidade de Aulnay-sous-Bois, nos arredores da capital, que poderá ser desactivada em 2014, destruindo perto de três mil empregos directos. Mas outras fábricas estão sob ameaça de fortes reduções de efectivos, como é o caso da unidade de Rennes, na Bretanha, onde se prevê uma redução de 1500 efectivos.

A CGT (Confederação Geral do Trabalho) considera que se trata de um plano inaceitável, cujos efeitos irão muito além da supressão dos oito mil postos de trabalho anunciados pela administração, número que não leva em conta o emprego indirecto em empresas fornecedoras e outras.

Por outro lado, declarou Jean-Pierre Mercier, dirigente da central sindical, o construtor já suprimiu cerca de 20 mil postos de trabalho nas últimas duas décadas, período em que acumulou lucros milionários.

No mesmo dia, o governo francês anunciou um plano de incentivos à aquisição de automóveis «limpos», atribuindo subsídios entre cinco mil e sete mil euros para os eléctricos e entre dois mil e quatro mil euros para os híbridos. Também o Estado deverá aderir aos veículos movidos a electricidade, comprometendo-se a encomendar 11 mil unidades. Outros apoios públicos serão destinados à investigação e modernização industrial.

Todavia não é só o sector automóvel que atravessa dificuldades. Na mesma semana, a empresa de equipamento de telecomunicações Alcatel anunciou o corte de cinco mil postos de trabalho em todo o mundo, alegando prejuízos na ordem dos 254 milhões de euros no primeiro trimestre deste ano.

Também o gigante farmacêutico Sanofi revelou que está a preparar um plano de reorganização que terá um impacto sobre o emprego, embora não tenha avançado números. Conhecida é a intenção da Air France de eliminar cinco mil postos de trabalho.

Neste quadro, apesar das promessas do presidente Hollande de relançamento do crescimento e do emprego, a verdade é que o número de desempregados voltou a subir em Junho, pelo 14.º mês consecutivo, aproximando-se da barreira dos três milhões (2 945 000), superando os 4,6 milhões se foram incluídos os desempregados que têm pequenos trabalhos. Os dados oficiais revelam ainda que apenas 48,8 por cento dos desempregados recebem subsídio de desemprego.



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