Programa de emergência para a construção civil
Após uma reunião com o Sindicato dos Trabalhadores da Construção, Madeiras, Olarias e Afins da Região Autónoma da Madeira, Edgar Silva, deputado do PCP na Assembleia Legislativa da Madeira, defendeu, na semana passada, um programa de emergência para a construção civil e obras da região, sector que, entre Janeiro e Maio, atirou mais de 1600 trabalhadores para o desemprego.
«O que está em causa é a defesa de um sector que precisa de respostas, que é dos que empregam e continuam a empregar maior número de trabalhadores na região», defendeu, em conferência de imprensa, o também Coordenador do PCP na Madeira, acrescentando: «Defender este sector com medidas fundamentais de emergência para as empresas é equivalente a defender os postos de trabalho e os direitos de quem trabalha e, também, para que se perspectivem novos postos de trabalho».
Neste sentido, Edgar Silva anunciou a apresentação, no Parlamento Regional, de uma proposta de resolução para que seja definido o programa de emergência. «Desde Setembro de 2007 até agora, 21 empresas no sector da construção civil declararam insolvências, o que corresponde a cerca de oito mil trabalhadores», exemplificou, referindo que outras empresas ainda a operar no mercado «reduziram em 50 por cento e mais o número dos seus trabalhadores».
Também Diamantino Alturas, dirigente do sindicato, admitiu que a situação no sector tende a passar de má a péssima, perante a impossibilidade de a região ultrapassar o tecto de investimento de 150 milhões de euros, determinado pelo Programa de Ajustamento Económico e Financeiro da Região, com excepção de casos urgentes ou de situações com cobertura orçamental garantida. «A nossa grande preocupação é a falta de obras e a falta de trabalho», reconheceu, apontando, igualmente, o «flagelo» dos salários em atraso que afectam os trabalhadores da construção civil e obras públicas.