Trabalhadores contra austeridade
Os trabalhadores do Metropolitano de Lisboa estiveram, sexta-feira, reunidos em plenário, no Largo do Camões, junto ao Ministério da Economia, onde aprovaram uma moção contra as políticas de austeridade resultantes da aplicação do memorando acordado entre a troika estrangeira e a nacional, que estão a empurrar o País para o abismo, provocando um retrocesso social e mesmo civilizacional sem precedentes.
«Este memorando torna o País refém dos grandes interesses financeiros, retirando dignidade ao trabalho, agravando as desigualdades e injustiças sociais», lê-se no documento, onde se dá conta das dificuldades sentidas por estes trabalhadores, que estão a desencadear uma «luta intensa, mas determinante» em defesa do Acordo de Empresa (AE), bem como pela manutenção do serviço público e social imprescindível à mobilidade da população da cidade.
Na moção, critica-se ainda o «roubo brutal» nos salários e nos subsídios de Férias e de Natal, a redução do pagamento do trabalho extraordinário e o congelamento das anuidades.
«Ao mesmo tempo que vêem o actual sistema de avaliação de desempenho não ser aplicado, no que concerne aos efeitos remuneratórios, e congeladas as progressões na carreira, tem lugar a expansão da rede, que é aproveitada para incentivar os trabalhadores a inscreverem-se em concursos internos para ocupação de postos efectivos de trabalho, em exercício temporário de funções, sem pagamento da respectiva actividade, num total desrespeito pelo AE, tentando, sob a capa do Orçamento do Estado, criar mais desigualdades e precarizar as relações de trabalho», denunciam os trabalhadores, que solicitaram uma reunião, em tempo útil, com o ministro da Economia e do Emprego e entregaram um pré-aviso ao tempo extraordinário a partir da segunda quinzena de Julho até ao dia 31 de Agosto de 2012, caso se mantenha a intransigência e a ausência de respostas do Ministério.