O descalabro das contas públicas

Depois de o boletim de execução orçamental ter mostrado o descalabro da situação orçamental das contas públicas nos primeiros cinco meses deste ano, veio o INE confirmar dia 29 que o défice orçamental registou um agravamento face ao ano passado – é de de 7,9 contra 7,5 em 2011 –, tal como se agravou necessidade de financiamento (contracção de nova dívida).

Ora o que isto significa, na perspectiva do deputado comunista Honório Novo, é que «já não há forma de esconder a situação de desastre» a que esta política da troika conduziu o País, de «descontrolo das contas públicas» e de «recessão económica profunda».

Face a esta evidência, para o PCP, há duas opções: insistir na mesma tecla ou, em alternativa, proceder a uma renegociação global da dívida pública, com «definição de novos prazos, novas taxas de juro, inversão do conjunto de imposições ao País e reversão da quebra de direitos sociais e laborais».

A persistir no mesmo caminho, como é intenção já declarada pelo próprio primeiro-ministro, isso só pode querer dizer que «nos próximos meses assistiremos a novas medidas de austeridade, porventura a introdução de taxas extraordinárias no subsídio de Natal dos trabalhadores do sector privado», alertou Honório Novo.

O deputado do PCP, que falava aos jornalistas na AR, afirmou ainda que é hoje claro para um número crescente de pessoas que este caminho da austeridade e estas políticas da troika, a não serem travados, conduzirão a «um empobrecimento generalizado», «maior exploração dos trabalhadores», «mais desemprego», «maior dependência externa, maior catástrofe económica e social».



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