Ali, Babá e os 40 coisos
Terão sido cerca de 40 os membros do governo que na sala D. João IV, também conhecida pela sala de baile do palácio da Ajuda se entregaram ao trabalho, difícil, há que reconhecê-lo, atendendo ao objectivo proposto de proceder ao balanço do que num ano se deram ao trabalho de destruir no País e na vida dos portugueses. Número que, olhando ao percurso governativo dos que por ali se juntaram, trará ao imaginário de cada um as histórias daqueles tais quarenta e respectivo chefe. No caso presente e por rigor narrativo, chefes, por razão da mais elementar justiça não fosse o caso de Portas não ser lembrado quando de Coelho se fala. Em linha com o que cada um retém na memória das histórias de tal grupo, o que por ali se passou não seria difícil de antecipar: desde logo, aquela elementar avaliação do espólio saqueado, do volume dos salários e reformas roubados, dos montantes fiscais extorquidos sobre quem trabalha ou quem quer produzir, das vidas destruídas; depois, a necessária repartição do quinhão alcançado por um ano de actividade, assim dividido – metade para o alforge da banca, uma outra metade para os usurários estrangeiros – não vão os mais críticos sugerir que ali por aquelas bandas não mora o mais apurado sentido de justiça quando se trata de repartir; e finalmente, não fossem os portugueses julgar ficar postos em sossego, a inadiável fixação do que no futuro somarão em novos episódios na saga de extorsão dos recursos nacionais ou roubos em salários. Ao que consta, na fantasiosa visão dos que por ali se reuniram, o País vai no caminho certo e a vida dos portugueses no melhor dos mundos. Ah!, por último mas não menos importante, a exultante constatação da reiterada satisfação dos que no outro bando, o estrangeiro, registam cada um dos êxitos alcançados pelos de cá no afundamento do País e na infernização da vida dos portugueses.