Continuar a crescer
Os 180 participantes na IX Assembleia da Organização Regional de Viseu do PCP, realizada no domingo, aprovaram as propostas para que, também naquele distrito, o Partido continue a crescer e a reforçar-se.
O Partido deu passos muito significativos no distrito de Viseu
O reforço do Partido em Viseu nos últimos três anos foi uma realidade, que esteve presente ao longo dos trabalhos da assembleia e ficou registada na resolução política aprovada. No que respeita à responsabilização de quadros (só em 2010/2011 foram responsabilizados 78 novos militantes), realça-se o acompanhamento de diversas organizações, organismos e frentes de trabalho por parte de militantes não funcionários do Partido. Já no que respeita à campanha de esclarecimento da situação dos inscritos no Partido, a organização regional de Viseu foi mesmo a primeira a concluí-la.
Nas empresas e sectores, foram dados passos «importantes, embora insuficientes», constatam os comunistas de Viseu. Criado está já um sector específico para assegurar a ligação com os militantes da Administração Pública, professores, trabalhadores da Saúde, construção civil, rodoviários, metalúrgicos e têxteis, bem como às empresas Citröen, Martifer, Visabeira, Fumados Douro, Avon, HUF e Faurécia – que importa agora pôr a funcionar. Em finais deste ano deverá ser realizada a primeira assembleia do sector de empresas, prevê também a resolução. Em funcionamento estão vários sectores criados na última assembleia: trabalho autárquico, fundos, informação e propaganda, Festa do Avante!, sindical, agricultores, mulheres e juventude.
Relativamente ao recrutamento, o balanço é igualmente positivo: desde 2009, entraram para o Partido no distrito 208 novos militantes e na resolução política garante-se que «vai prosseguir o recrutamento dirigido, sobretudo de sindicalistas, independentes das listas da CDU e jovens e mulheres trabalhadoras».
No esclarecimento dos trabalhadores e das populações também «foi dado um salto qualitativo e quantitavivo», salienta-se na resolução política. Para além das várias organizações concelhias e de freguesia que editam com regularidade os seus boletins, foram tomadas diversas posições públicas sobre diversas questões, o que reflecte o «reforço da dinâmica e da capacidade de intervenção das organizações. Na difusão da imprensa do Partido permanecem ainda «atrasos e debilidades», constatam os comunistas de Viseu, chamando a atenção, porém, para o alargamento a novos concelhos, o aumento das assinaturas ou ainda a boa receptivididade quando se realiza acções de venda especial. Tudo isto revela as «potencialidades existentes para a divulgação do Avante! e de O Militante», considera a organização partidária do distrito.
Lutar pelo desenvolvimento
Ao contrário da organização do Partido, o distrito de Viseu não registou grandes evoluções positivas. Em várias intervenções – particularmente na de João Abreu, do Comité Central – e na resolução política deu-se conta do definhamento daquela região do interior do País: na agricultura, na indústria, na cultura, nas acessibilidades, nos serviços públicos.
Se a situação é grave, seria ainda pior não fossem os fortes movimentos de luta e resistência aí verificados, nos quais os comunistas participaram com toda a sua energia. Assim, e para além das lutas convocadas pelo movimento sindical unitário, destacaram-se nestes últimos anos movimentações dos agricultores e dos povos dos baldios, das populações em defesa das escolas ou dos serviços de saúde, pela água pública ou contra a introdução de portagens nas antigas SCUT, dos micro, pequenos e médios empresários ou em defesa das freguesias e do poder local democrático.
Em destaque, pelo seu significado profundo, esteve também a luta dos antigos mineiros da ENU. Na resolução política lembra-se a intervenção do PCP, em todas as instâncias em que está representado, no sentido de ser garantido o pagamento dos tratamentos médicos a estes trabalhadores, bem como as indemnizações às famílias.
As propostas dos comunistas para os diversos sectores mereceu também especial destaque, propondo-se na resolução da assembleia a adopção de uma «verdadeiro plano integrado de desenvolvimento regional, com expressão em sub-planos específicos para áreas geográficas e sectores económicos concretos, que dê resposta às debilidades e assimetrias». Este plano necessita, para ser aplicado, da rejeição do pacto de agressão.
Jerónimo de Sousa em Viseu
«É preciso pôr fim a esta política!»
Encerrando a IX Assembleia da Organização Regional de Viseu do PCP, Jerónimo de Sousa insistiu na necessidade de «pôr fim a esta política antes que ela dê cabo do resto do País e destrua a vida de milhões de portugueses». Assim, reafirmou, há que «intensificar e multiplicar a luta dos trabalhadores e do povo, ampliar a convergência e intervenção de todos os democratas e patriotas que não se conformam com a liquidação da soberania do seu País, reforçar o PCP – é este o caminho que conduzirá à derrota esta política e os seus principais promotores».
É esta luta que, para o Secretário-geral comunista, «é preciso erguer e fazer crescer, que inscreva como objectivo a exigência de uma outra política alternativa, uma política patriótica e de esquerda, sustentada com base num governo patriótico e de esquerda que reúna as forças, sectores e personalidades dispostas a apoiar uma política de recuperação da dignidade nacional e de respeito pela dignidade dos trabalhadores e do povo». Uma política e um governo patrióticos e de esquerda que, acrescentou Jerónimo de Sousa, empreendam um programa «assente num novo rumo para o País, com a rejeição do pacto de agressão e com a inscrição imediata de um processo de renegociação da dívida pública, nos seus montantes, juros e prazos».
Vectores essenciais desta política, reafirmou o dirigente comunista, são a nacionalização da banca, o apoio à produção nacional e a defesa efectiva do aparelho produtivo, a reposição dos direitos e rendimentos esbulhados e a valorização dos salários e das pensões de reforma, a suspensão imediata do processo de privatizações e a adopção de medidas para a recuperação do controlo público em empresas e sectores estratégicos como a energia, e ainda a renúncia às obrigações de governação económica e às normas do chamado tratado orçamental. Esta política teria ainda de romper com a estratégia dos que, em Portugal e na União Europeia, «face à profunda crise que criaram e aprofundam com as suas políticas, se lançam agora em hipócritas manobras de propaganda que falando de mudanças, visam no fundo mudar o necessário para que tudo fique na mesma».
Realçando a importância decisiva de reforçar o Partido, Jerónimo de Sousa concluiu: «Que isto está difícil, está! Mas como demonstra a história longa do nosso Partido, a luta pela liberdade, pela democracia, pelo progresso social e o desenvolvimento, nunca foi fácil! Nunca recusámos, como nunca recusamos os combates que temos de travar!»