PCP recebeu PCE
Uma delegação do PCP recebeu na sexta-feira uma delegação do Partido Comunista de Espanha, que integrava o seu secretário-geral José Luís Centella. No encontro, os dois partidos acordaram uma agenda de iniciativas comuns, de que se destaca a realização de dois actos públicos, com a participação dos secretários-gerais, a terem lugar a 15 de Junho em Lisboa e no dia 22 em Madrid. Como se lê no comunicado do encontro, estas iniciativas «pretendem contribuir para fortalecer a confiança dos trabalhadores e dos povos de Espanha e Portugal de que pela sua luta é possível mudar e inverter o actual rumo de declínio e exploração».
O PCP e o PCE expressaram ainda a sua convicção de que com a unidade dos trabalhadores e do povo e com a sua solidariedade «é possível não só defender direitos e rechaçar os ataques em curso, como alcançar novas conquistas e transformações de carácter anticapitalista e antimonopolista, no rumo da construção do socialismo, a alternativa cada vez mais necessária a um capitalismo cada vez mais explorador e opressor».
Chamando a atenção para a «violenta ofensiva anti-social, antidemocrática e militarista do imperialismo que se intensifica com o aprofundamento da crise do sistema capitalista», o PCP e o PCE alertam especialmente para os «perigos que decorrem das políticas que, nos dois países e na União Europeia, estão a aprofundar a espiral de austeridade, empobrecimento e endividamento de diferentes estados da União Europeia» e que demonstram a «falência dos pilares do processo de integração capitalista na Europa». Realçando as «situações de autêntica catástrofe social» que estas políticas criam, os dois partidos salientam que elas servem aos «grandes grupos económicos, ao grande capital financeiro, às principais potências imperialistas e a uma União Europeia ao serviço do grande capital, cada vez mais dirigida pelo directório de potências comandado pela Alemanha». Ou seja, aos que são «responsáveis pela crise e que com ela continuam a acumular riquezas enormes».
Assim, para os dois partidos a situação exige uma «verdadeira ruptura com tais políticas, uma inversão do caminho percorrido até agora, que possibilite uma alternativa de progresso social, desenvolvimento económico, cooperação e paz». Uma saída progressista que «não é compatível com operações de maquilhagem» que já provaram que não servem os interesses dos trabalhadores e dos povos. Antes passa pela revogação do denominado tratado orçamental; pelo fim dos pactos de agressão; pelo abandono das ditas reformas estruturais de cariz anti-social e neoliberal; por medidas que garantam o controlo público da banca e de sectores estratégicos da economia; por medidas que valorizem o trabalho e os trabalhadores e apostem no progresso social como factor essencial para o desenvolvimento económico. PCP e PCE reafirmaram na ocasião o seu empenho na dinamização da luta popular.
A delegação do PCP era composta por Jerónimo de Sousa, por Manuela Bernardino, do Secretariado, e Ângelo Alves, da Comissão Política.