Greves nos transportes
«A nossa luta também é a sua», salientam as organizações representativas dos trabalhadores do Metropolitano de Lisboa, num folheto dirigido aos passageiros, sobre as greves de hoje e dia 22.
Amanhã a luta alarga-se à aviação
Convocada pela Fectrans/CGTP-IN, por outras cinco estruturas sindicais e pela Comissão de Trabalhadores, a luta no Metro é contra o roubo dos salários e dos subsídios de férias e de Natal, é pela manutenção dos postos de trabalho, mas contempla igualmente «um conjunto de problemas colocados aos passageiros». No documento conjunto, as estruturas representativas do pessoal do Metropolitano reafirmam que este deve manter-se como empresa pública, prestando um serviço de carácter social – e o recente aumento dos bilhetes e dos passes é o exemplo do que sucederia se passasse a imperar a lógica privada, submetida ao interesse do lucro. Além de problemas de insegurança, por redução de trabalhadores nas estações, é também recordada a redução do número de carruagens na Linha Verde.
Hoje voltam a estar em greve parcial (três períodos de duas horas) os controladores aéreos e demais trabalhadores da NAV, que na sexta-feira paralisaram praticamente a cem por cento, como a CT referiu à agência Lusa. As greves repetem-se hoje, amanhã e nos dias 24 e 25. Naquela empresa, as medidas de contenção orçamental apenas geraram uma instabilidade sem paralelo, pois acabam por causar graves prejuízos aos trabalhadores, às contas da empresa e aos interesses do País.
Para amanhã, o Sitava/CGTP-IN convocou uma greve de todo o pessoal de terra no sector da aviação (a excepção é a Groundforce, onde um recente acordo está a ser cumprido), para exigir que sejam cumpridos os acordos de empresa livremente subscritos e em vigor. Além do roubo de salários, subsídios, diuturnidades e outras componentes, o sindicato contesta a intenção de privatização, anunciada para os grupos TAP e ANA.
No dia 29 vai iniciar-se um novo período de greves na CP e na CP Carga, contra o rompimento dos acordos alcançados há um ano, após seis meses de intensa luta, quanto à remuneração do trabalho extraordinário, anunciou ontem o SNTSF/CGTP-IN. O sindicato tinha já avançado com um pré-aviso, mas no dia 10 acabou por ter lugar, em segunda tentativa, uma reunião com outras organizações sindicais, da qual saiu uma plataforma comum. As paralisações, convocadas até ao último dia de Junho, vão ocorrer nas situações em que as administrações se recusam a cumprir o Acordo de Empresa.
Na Carris, após as greves parciais na semana de 7 a 13 de Maio, que levaram a empresa a alterar os horários para minimizar o impacto público da adesão dos trabalhadores, a Fectrans/CGTP-IN e o seu Sindicato dos Rodoviários (STRUP) apelaram à continuação e aprofundamento da luta, pelo rigoroso cumprimento do Acordo de Empresa e devolução dos subsídios roubados, bem como pela reabertura dos postos médicos nas estações, mas igualmente por aumentos salariais, no mínimo de um euro por dia. A luta deve desenvolver-se igualmente no âmbito de cada empresa do grupo.