Protesto massivo
Pela terceira vez em seis meses, os funcionários públicos britânicos de diferentes serviços cumpriram, dia 10, uma greve de 24 horas, manifestando-se nas principais cidades do país.
Os sindicatos prometem continuar as acções de luta
Cerca de 400 mil funcionários públicos britânicos, entre os quais 30 mil polícias, paralisaram o sector, dia 10, em protesto contra as políticas de austeridade, em particular, o aumento da idade da reforma e os cortes nas pensões.
Apesar das repetidas e massivas jornadas de luta, o governo de conservadores-liberais insiste na intenção de aumentar a idade da reforma dos 65 para os 67 anos, e reduzir o valor da pensão, alterando a fórmula de cálculo que passa a abranger toda a carreira contributiva, bem como agravar as contribuições dos trabalhadores, nalguns casos em 50 por cento, como acontece com os docentes universitários.
Recusando pagar mais para receber menos, milhares de funcionários desfilaram nas ruas da capital e em várias outras cidades, sobressaindo uma forte presença de polícias, que se fizeram aplaudir por colegas em serviço, que vigiavam os manifestantes. A mobilização dos polícias é também motivada pela supressão de milhares de postos de trabalho, medida que classificam de «criminosa».
A greve afectou parcialmente o funcionamento do aeroporto de Heathrow, onde a falta dos funcionários aduaneiros provocou atrasos e esperas prolongadas.
Indiferente aos protestos, o executivo britânico apresentou no mesmo dia no parlamento os novos diplomas sobre o sistema de segurança social, que incluem ainda restrições à concessão de licença de maternidade e redução de subsídios às crianças com deficiência.
Os sindicatos reafirmam que serão convocadas novas greves já em Junho, admitindo prosseguir a luta «depois do Verão, no Inverno e na Primavera e assim por diante», segundo declarou Len McCluskey do sindicato Unite.