Indignação na GNR
Cerca de dois mil profissionais da GNR, de todo o País, repudiaram, dia 1, o novo regime remuneratório e a extinção do seu subsistema de saúde, num «Passeio contra as injustiças», em Lisboa.
Só a luta pode impedir as perdas
Uma outra reivindicação central deste protesto nacional, promovido pela Associação dos Profissionais da Guarda (APG) e a Associação Nacional de Sargentos da Guarda (ANSG) foi «a dualidade de critérios na passagem à reserva» dos guardas, quando comparados com os militares, esclareceram as organizações promotoras num comunicado conjunto, emitido no dia 2.
Os agentes da Guarda Nacional Republicana concentraram-se no Largo de Camões, de onde desfilaram até à Praça do Município. Aqui, juntaram-se-lhes os sargentos. Todos rumaram depois até junto do Ministério da Administração Interna (MAI), no Terreiro do Paço.
O vice-presidente da APG, César Nogueira, disse à Lusa que foi bastante positivo este protesto contra um sistema remuneratório em vigor desde 2010 mas que só no fim do ano passado foi aplicado, provocando graves injustiças. O dirigente da associação explicou que os retroactivos ainda não foram pagos e que há guardas, com dez anos de serviço, a auferirem o mesmo salário que profissionais com apenas um ou dois anos de profissão.
O presidente da ANSG, José O'Neill sublinhou que os guardas não reivindicam aumentos mas o estrito cumprimento da lei.
Num comunicado de 14 de Fevereiro, onde este protesto foi anunciado e se apelou à participação de todos os profissionais da GNR, as associações avisaram que seriam intransigentes na defesa destas reivindicações. No dia seguinte, a APG anunciou que desenvolveria acções de denúncia e de manifestação de descontentamento com esta grave perda de direitos, e que ia recorrer aos tribunais para reclamar a reposição do sistema remuneratório e o cumprimento do estatuto destes profissionais e das promoções em atraso.
No MAI, no final do «Passeio contra as injustiças», uma delegação deixou um documento onde constam as reivindicações enunciadas.
Em solidariedade com esta luta, marcou presença, no protesto, o presidente da Associação Sindical dos Profissionais de Polícia, Paulo Rodrigues.