Massacre da NATO gera revolta
A NATO reconheceu que é «muito provável» que seja responsável pela morte de 28 soldados paquistaneses num bombardeamento junto à fronteira com o Afeganistão. Pelo menos uma dezena e meia de militares resultaram feridos no ataque realizado na madrugada de sábado.
As forças armadas paquistaneses qualificaram o incidente como «inaceitável» e «irresponsável», e acusaram mesmo a Aliança Atlântica de ter «agido deliberadamente». No mesmo sentido, o governo paquistanês argumentou que este tipo de acções apenas servem para fomentar o terrorismo.
Numa reunião extraordinária posterior aos acontecimentos, o executivo de Islamabad deu nota da degradação das relações com o homólogo de Washington, e decidiu bloquear a passagem pelo seu território de caravanas com combustíveis e víveres destinados aos contingentes ocupantes no vizinho Afeganistão, rever os laços políticos e militares com os EUA e a colaboração entre os serviços secretos de ambos os países.
No final da mesma reunião, o governo paquistanês deu também aos norte-americanos 15 dias para abandonarem a base militar de Shamsi, no Sudoeste do país. Alegadamente, é a partir desta infra-estrutura que a CIA controla parte dos ataques com aviões não-tripulados contra o Norte do Paquistão e o Afeganistão.
As medidas tomadas por Islamabad respondem à ampla revolta popular no Paquistão, desencadeada na sequência do bombardeamento da NATO. Em Lahore, Peshaware ou Karachi, eclodiram manifestações com milhares de pessoas que exigiram o fim da aliança entre o Paquistão e os EUA e acusaram os governantes do país de corrupção.