O primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, comunicou, na terça-feira, 8, ao presidente italiano, Giorgio Napolitano, que se demitirá após a aprovação no Parlamento das medidas orçamentais e das reformas económicas exigidas pela União Europeia.

No mesmo dia, Berlusconi defendeu a realização de eleições antecipadas: «Depois de mim, só vejo a possibilidade de eleições», declarou após ter perdido a maioria parlamentar.

No sábado, 5, milhares de italianos manifestaram-se, em Roma, exibindo cartazes e gritando palavras de ordem contra o primeiro-ministro: «Sílvio, vai-te embora». O protesto foi convocado pela maior formação da oposição, o Partido Democrático (PD), e teve a adesão da confederação sindical (CGIL), num momento em que aumentam as dissidências dentro dos partidos que sustentam o governo.

O líder do PD, Pier Luigi Bersani, considerou que a Itália está exposta à crise, devido «à política de um governo incapaz e desprezível». Há meses que o PD defende a constituição de um novo executivo assente numa maioria que agrupe a esquerda e diferentes movimentos centristas.