Espanhóis contra bases militares

Perto de mil pessoas concentraram-se, no domingo, 30, frente à base militar de Morón de la Frontera, em Sevilha, para reclamar o encerramento das bases militares e protestar contra a instalação do escudo antimíssil na base da Rota, em Cádiz.

Depois de uma marcha de três quilómetros, encabeçada por uma faixa em que se lia «Cortes militares sim, cortes sociais não. Nem NATO, nem bases», os manifestantes juntaram-se frente à base militar, onde foi lido um documento exigindo a retirada das tropas do Afeganistão e o corte ou supressão dos gastos militares.

Na acção, em que a plavra de ordem mais ouvida foi «gastos militares para escolas e hospitais», esteve presente o secretário-geral do Partido Comunista Espanhol (PCE), José Luis Centella, que, em declarações à imprensa, considerou «imoral que haja gastos militares tão desproporcionados» e exigiu o fecho das bases estrangeiras existentes em Espanha.

Pelo seu lado, o secretário-geral do Sindicato Andaluz de Trabalhadores (SAT), Diego Cañamero, lamentou o facto de que numa situação de crise económica «o sistema capitalista tenha optado por uma economia de guerra», baseada no «armamento e na destruição».

O porta-voz da Plataforma Andaluza contra as Bases Militares, Enrique Luna, fez questão de notar que o chamado «escudo antimíssil» é na realidade um conjunto de «armas de destruição instaladas em navios no Mediterrâneo» com o objectivo de «controlar todo o Norte de África e Médio Oriente».

No próximo domingo, 6, terá lugar uma marcha semelhante para a base militar da Rota, em Cádiz, estando prevista nas próximas semanas uma outra em Gilbraltar.



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