Desemprego é «realidade dramática»
A taxa de desemprego oficial situa-se, no distrito do Porto, nos 13,6 por cento, um valor que os comunistas consideram «muito superior à média nacional». Numa conferência de imprensa realizada no dia 29, Valdemar Madureira e Gonçalo Oliveira, do executivo da Direcção da Organização Regional do Porto do PCP, reafirmaram que os números oficiais estão longe de quantificar a totalidade dos desempregados.
Em termos absolutos, é no concelho de Vila Nova de Gaia que há mais desempregados – 28 837 – enquanto que Baião é onde o seu peso relativo é maior: 21,6 por cento. Amarante, Marco de Canaveses, Santo Tirso e Trofa mereceram também uma referência especial, por apresentarem taxas superiores a 15 por cento. «Comparando os valores de Agosto com os do mês anterior, verificamos que o número de inscritos nos centros de emprego do distrito aumentou 2,2 por cento, quando no País o aumento foi inferior, 1,8 por cento», denunciaram os comunistas.
O PCP denunciou ainda a «crescente exclusão dos desempregados» e a «perpetuação da “condição de desempregado”». Os dados oficiais traduzem isso mesmo: «o desemprego aumenta, mas diminui o número de beneficiários de prestações de desemprego.» Dos desempregados registados nos centros de emprego do distrito apenas 51 por cento recebem qualquer subsídio ou prestação social. Mas a realidade será ainda mais dura, prevêem os comunistas: dos 200 mil desempregados que se estima existirem no distrito, apenas 66 mil (33 por cento) recebem qualquer apoio social.
Para a DORP do PCP, a situação económica e social «exige uma ruptura e uma mudança de políticas, só possíveis pela rejeição do pacto de agressão que o PS, o PSD e o CDS assinaram com a troika estrangeira». Reafirmando que a alternativa é uma «política patriótica e de esquerda», o PCP realça que esta alternativa «só é alcançável pela intensificação da luta dos trabalhadores e das populações».