Suspensão inadmissível
A decisão de suspender a construção do Hospital do Seixal é «inadmissível», considera o Secretariado da Comissão Concelhia do PCP num comunicado de dia 17. A argumentação apresentada pelo ministro da Saúde, de «avaliação, no quadro dos compromissos internacionais» do País, não colhe: o compromisso do Governo português é «com as populações, com os utentes e o seu legítimo direito de acesso aos cuidados de Saúde, e com a Câmara Municipal do Seixal, órgão autárquico com o qual assinou um protocolo no sentido da conclusão da construção do Hospital até final de 2012».
Além de ser um compromisso eleitoral das forças políticas que sustentam o Governo, a construção do Hospital do Seixal é uma necessidade premente das populações de Almada, Seixal e Sesimbra, que dependem do Hospital Garcia de Orta (HGO) – estrutura dimensionada para servir 150 mil pessoas e que não dá resposta às 450 mil pessoas da sua área de intervenção. Os atrasos verificados na construção de vários centros de Saúde e o encerramento de diversos serviços de atendimento permanente colocaram «ainda maior pressão» sobre o HGO.
O PCP considera que estando o Governo a par desta situação, a suspensão da construção do novo hospital constitui ou «uma profunda irresponsabilidade do Governo ou um escandaloso compromisso com empresas privadas que operam no sector da Saúde». O que não é viável é a manutenção da situação de ruptura no HGO, o sujeitar dos utentes a tempos de espera que por vezes são de 12 horas e a pressão sobre profissionais de Saúde e bombeiros.
Para os comunistas, as populações, as comissões de utentes e os próprios profissionais devem reforçar a sua luta pela construção do novo hospital.