Contra cortes na segurança
As medidas anunciadas dia 12 pelo ministro das Finanças aumentaram o descontentamento de polícias e militares e suscitaram fortes protestos das suas organizações representativas.
Em análise vai estar uma luta transversal às várias forç
Na reunião desta tarde da Comissão Coordenadora Permanente dos sindicatos e associações profissionais das forças e serviços de segurança – para a qual foram também convidadas as associações de militares – deverão ser tomadas decisões «firmes», adiantou o Secretariado Nacional da CCP.
No comunicado em que deu conta da decisão de convocar a reunião de hoje, com carácter de urgência, a Coordenadora afirma que o congelamento das progressões previstas no regime remuneratório nos ministérios da Administração Interna e da Defesa, anunciado por Vítor Gaspar, não vai resolver os problemas que existem e até os irá agravar, com «um forte impacto na vida das instituições e as inevitáveis repercussões na qualidade do trabalho que prestamos à população». Avançar com «medidas cegas» deste tipo é mesmo «uma irresponsabilidade», «numa altura em que a criminalidade estabilizou em alta e em que a Europa está mergulhada num caos social», acusa a CCP.
À agência Lusa o secretário nacional da CCP, Paulo Rodrigues, disse domingo que «vamos defender, se eventualmente forem desenvolvidas formas de protesto – o que me parece que vai acontecer –, uma luta transversal a todas as forças e serviços de segurança, que pode passar por todas as acções a que cada estrutura tem direito, não só pela greve».
Contra «a capciosa ideia de que é aos militares e aos elementos das forças de segurança que deve ser imputada a responsabilidade pelo aumento da despesa» – ideia que o ministro das Finanças passou para a opinião pública – manifestaram-se as associações profissionais de militares. Reunidas ainda na sexta-feira, dia 12, as associações de Praças (AP), Sargentos (ANS) e Oficiais (AOFA) emitiram um comunicado conjunto que contém um firme protesto contra a alusão do ministro à correcção de «uma irregularidade» para «controlar a despesa do Estado».
As associações recordam que o Orçamento do Estado de 2011 já determinou, desde 1 de Janeiro, a redução das remunerações e o congelamento de progressões e promoções; e lembram ainda outras medidas, nos últimos seis anos, que «espezinharam a condição militar», como os cortes na saúde, a redução de salários, o congelamento das promoções, o congelamento das progressões entre Setembro de 2005 e Dezembro de 2007, o incumprimento do quadro legal que regula a prestação do serviço militar. «Mais parece estar em causa um qualquer plano que visa a descaracterização e desarticulação da instituição que nos honramos de servir», avisam as associações.